Folha de S. Paulo


Fuvest usa interdisciplinaridade e exige reflexão, dizem docentes

A Fuvest realizou nesta segunda-feira (6) mais um dia de provas da segunda fase do vestibular.

O exame teve 16 questões dissertativas sobre o núcleo comum do ensino médio: história, geografia, matemática, física, química, biologia, inglês e as chamadas questões interdisciplinares. Essa etapa é obrigatória a todos os convocados para a segunda fase.

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De acordo com Célio Tasinafo, diretor pedagógico do cursinho pré-vestibular Oficina do Estudante de Campinas (SP), a prova se destacou pela interdisciplinaridade.

"A questão de análise combinatória dos senadores, de matemática, por exemplo, trazia uma pergunta de geografia", exemplifica.

"Foi uma prova muito bem feita no padrão de segunda fase. Não dá para dizer que foi difícil, mas não daria para fazê-la rapidamente e sem reflexão."

"Foi interdisciplinar mesmo", também apontou Luís Ricardo Arruda, coordenador do curso pré-vestibular Anglo. "Todas as questões apresentam uma certa interdisciplinaridade, mas não é uma interdisciplinaridade forçada. Foi uma interdisciplinaridade real, que exigia conhecimento em pelo menos duas áreas", explica.

O professor Marcelo Dias Carvalho, coordenador do cursinho Etapa, também apontou a interdisciplinaridade da prova e concluiu que ela "assustava, mas não foi propriamente de difícil".

"Quando o aluno abriu o caderno de questão deve ter se assustado, mas ela não foi propriamente uma prova difícil. Se o aluno teve a paciência e olhar cada problema e saber a inter-relação [entre disciplinas], ele deve ter ido bem nesse exame", afirmou Carvalho.

Ele elogiou ainda a elaboração da prova. "É um exame que merece elogios. Como todos os candidatos fazem a prova desse segundo dia, isso valoriza aquele conhecimento mais fundamental que cada matéria tem. Para explorar isso, foi usado muito gráfico, tabela e textos. Sem dúvida nenhuma, é algo que a gente elogia nesse segundo dia".

Tasinafo também observou o grande uso de imagens, gráficos e tabelas, que superou o usado no exame realizado no domingo. "A prova de português de domingo não teve nenhuma tirinha", diz.

A prova também foi bastante atual na opinião de Vera Lúcia Antunes, coordenadora do curso Objetivo.
"Foi uma prova que trouxe questões atuais como Primavera Árabe, que exige que o candidato esteja conectado com o que está acontecendo", diz.

O segundo dia de prova da Fuvest teve 8,3% de ausentes, número semelhante ao do ano passado. Dos 32.569 convocados, 2.703 faltaram ao exame.

ÚLTIMO DIA

Na terça-feira, dia 7 de janeiro, a prova trará 12 questões de duas ou três disciplinas, a depender da carreira escolhida.

"Embora os candidatos fiquem animados porque são questões específicas de cada curso, as perguntas específicas não são questões fáceis. É a prova mais difícil", diz Tasinafo sobre a prova de terça-feira, último dia da Fuvest.

A Fuvest seleciona alunos para a USP e para a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa.


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