Folha de S. Paulo


MEC critica critérios de ranking universitário britânico

O Ministério da Educação criticou indicadores adotados pelo ranking britânico THE (Times Higher Education) para listar as melhores universidades dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e outros 17 países emergentes.

O Brasil possui quatro instituições entre as 100 melhores, mas nenhuma delas está no topo da lista. As universidades são USP, Unicamp, UFRJ e Unesp.

"O Brasil na América Latina é absoluto. Ele apresenta quatro instituições, depois só temos o México com duas, Chile com duas e Colômbia com duas. Vários países que têm universidades muito mais antigas que as nossas que não se apresentam. (...) E mesmo considerando os padrões deles, estamos muito bem", disse nesta quinta-feira (5) Luiz Cláudio Costa, presidente do Inep, órgão do MEC responsável pelo Enem.

Ele argumentou, por exemplo, que um dos indicadores do ranking considera a relação entre diplomas de graduação e pós-graduação das instituições.

"Eles acham que quanto mais equilibrado isso estiver, melhor é o ensino de graduação. Esse não é o caso das universidades brasileiras. Estamos expandindo muito bem a nossa pós-graduação, com muita competência, mas nós precisamos colocar [mais vagas da] graduação", ponderou.

Costa disse ainda que se considerado o desempenho dos 18 países, "somos o 7º do mundo. E ninguém destacou isso. O Brasil teve quatro [universidades no ranking], mas mesmo considerando todos os ângulos, a posição do Brasil é muito favorável", defendeu.

Outro argumento é o de que o ranking não considera os números de programas de iniciação científica.

"Se eles utilizassem a iniciação científica como mostra de melhoria de qualidade, nós estaríamos lá na frente. A cada ano temos 25 mil bolsas de iniciação científica, e isso é completamente desconsiderado", disse o presidente do Inep.

O ministro Aloizio Mercadante (Educação) também defendeu o desempenho brasileiro.

"O ranking sempre é interessante pra gente refletir, e nossas universidades têm muito trabalho para se transformarem em universidades de grande prestígio e reconhecimento internacional. (...) De qualquer forma, tem alguns critérios no ranking que o debate no Brasil não avança necessariamente por essas condições", disse o ministro.


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