Folha de S. Paulo


Propostas similares tornam rede de apoiadores fundamental na eleição de reitor da USP

Como numa eleição para prefeito, governador ou presidente, os candidatos a reitor da USP buscam votos por meio de suas propostas e, principalmente, pela formação de redes de apoio.

A segunda vertente é especialmente importante porque, em geral, as propostas para a gestão da universidade são muito parecidas entre os concorrentes, ainda que haja diferenças nas ênfases.

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Melhoria da graduação, mais diálogo interno e diminuição da burocracia são propostas frequentes a todos os candidatos a reitor. Há anos.

Ressalta-se, então, a capacidade de cada candidato de atrair os grupos que existem na universidade, por meio de seu potencial como gestor e da habilidade de acomodar peças-chaves dos grupos em cargos de destaque na gestão.

Editoria de arte/Folhapress

Os grupos se aglutinam de diferentes maneiras. Podem ser representantes de uma faculdade inteira ou união de dirigentes com afinidade.

No total, votarão cerca de 2.000 pessoas --incluindo professores e alunos, mas com predominância de professores, principalmente os titulares. A eleição forma uma lista tríplice, encaminhada para escolha do governador.

Na busca por esses votos, um dos pontos mais importantes é a definição de quem tem o apoio do reitor --ainda que o dirigente não divulgue oficialmente sua escolha.

A última eleição é um exemplo. A então reitora Suely Vilela era tida como uma figura desgastada, após uma invasão da reitoria. Mas, na eleição, ajudou o candidato Glaucius Oliva a ser o mais votado --o então governador José Serra (PSDB), porém, escolheu o segundo colocado, João Grandino Rodas.

No processo em curso, o candidato com o apoio de Rodas é o seu ex-superintendente de relações institucionais, Wanderley Messias.

No debate da Folha de anteontem, em meio a críticas de concorrentes à situação atual, Messias disse que a USP vive ciclo virtuoso.

Os outros três podem buscar votos entre os descontentes. José Roberto Cardoso, ex-diretor da Escola Politécnica, é o que mais abertamente ataca Rodas. Helio da Cruz e Marco Antônio Zago também fazem críticas, mas não tão veementes --ambos participaram da gestão Rodas.


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