Folha de S. Paulo


Justiça de São Paulo decide manter Anna Cintra como reitora da PUC

A Justiça de São Paulo acatou nesta quarta-feira o recurso apresentado pela Fundação São Paulo, mantenedora da PUC (Pontifícia Universidade Católica), e pelo cardeal arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, e manteve Anna Maria Marques Cintra no cargo de reitora da universidade.

Cintra, que assumiu o cargo em novembro do ano passado, foi a terceira colocada em lista tríplice elaborada pela comunidade universitária e promovida a reitora por dom Odilo, Grão-Chanceler da PUC. Associações de estudantes, porém, recorreram da decisão uma vez que foi a primeira vez na história da instituição em que o primeiro colocado não foi alçado à reitoria.

Em primeira instância, a Justiça havia suspendido a lista tríplice. O relator do recurso, o desembargador Walter Barone, porém, concluiu que "não se vislumbra lastro em disposição estatutária ou regimental para a concessão de efeito suspensivo, nem se encontra a indicação de vício na tramitação do processo eletivo".

No mês passado, a Justiça também já tinha tido uma decisão favorável a permanência de Anna Cintra no cargo. O relator do agravo julgado hoje afirma, no entanto, que "tal fato não implica a perda de objeto deste recurso". Segundo o TJ-SP (Tribunal de Justiça) há outros recursos ainda em tramitação.

Fabio Braga/Folhapress
Dra. Anna Maria Marques Cintra, 73, que assumiu cargo de Reitora da PUC-SP, diante de protestos
Dra. Anna Maria Marques Cintra, 73, que assumiu cargo de Reitora da PUC-SP, diante de protestos

TERCEIRA COLOCADA

A polêmica quanto ao nome escolhido para ocupar o cargo de reitor da PUC-SP foi parar na Justiça após Anna Cintra ser indicada ao cargo por dom Odilo Scherer mesmo tendo ficado em terceiro lugar na eleição, realizada desde 1980 na universidade.

Participam do processo eleitoral professores, funcionários e alunos da instituição. Os três nomes com maior número de votos formam a lista tríplice, que deve ser homologado pelo Consun (Conselho Universitário).

O resultado então é submetido ao grão-chanceler da instituição e presidente do Conselho Superior da Fundação São Paulo, órgão que administra a PUC-SP.

A eleição foi vencida por Dirceu de Mello, que já era reitor da universidade e concorreu ao segundo mandato. Segundo os estudantes, desde 1980 todos os vencedores das eleições para reitor assumiram efetivamente o cargo.

Por causa da nomeação da professora, estudantes e docentes entraram em greve por 34 dias no ano passado.


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