Folha de S. Paulo


Estudantes de direito da USP decidem entrar em greve

Estudantes da Faculdade de Direito da USP decidiram entrar em greve nesta sexta-feira (9). Em duas assembleias, uma durante a manhã e outra na noite de ontem, a greve foi aprovada por cerca de 400 alunos. Ao menos 30 pessoas votaram contra.

Os alunos reclamam que não há oferta de disciplinas optativas suficientes nem a quantidade de vagas necessárias por matéria.

Com isso, haveria dificuldades para completar o número de créditos necessários para graduar-se. A situação seria ainda mais grave para os alunos do último semestre, prestes a se formar.

Fernanda Bernardino, 23, estudante do quinto ano, diz que, apesar das aulas terem começado, "não faz ideia" de que matérias cursará em seu último período no curso, já que sua matrícula está com "toda grade horária em situação pendente".

Os estudantes também reclamam que não conseguem se matricular em aulas em períodos em que não estão matriculados. Um aluno que estuda de manhã não pode, agora, cursar disciplinas no período noturno, por exemplo.

Além disso, determinadas disciplinas exigem que os alunos tenham cursado previamente outras matérias, as notas destas, entretanto, ainda não foram divulgadas, impedindo a matrícula de diversos estudantes.

Alexandre Ferreira, 22, presidente do Centro Acadêmico XI de Agosto, entidade que representa os alunos, disse ontem que a mobilização não se resume a pautas emergenciais.

"Também estamos pressionando para que a Congregação [instância máxima da Faculdade] aprove em outubro uma reforma da grade que contemple não só a oferta de mais créditos e novas disciplinas, mas também a reformulação do plano político-pedagógico do curso de Direito", diz Ferreira.

Hoje, a faculdade vai realizar uma reunião entre os estudantes grevistas e a direção do Largo São Francisco. Outra reunião com professores está programada para a semana que vem.


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