Folha de S. Paulo


Em um ano, número de candidatos inscritos no Enem cresce 24%

O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) deste ano será feito por 7.171.574 estudantes de todo o país. O número foi divulgado nesta sexta-feira (7) pelo Ministério da Educação. Em 2012, 5,79 milhões de candidatos se inscreveram na prova.

O total de alunos confirmados caiu dos 7,8 milhões anteriormente divulgados devido ao não pagamento da taxa de inscrição no período determinado. A grande maioria dos estudantes, entretanto, está isenta do valor de R$ 35 --são concluintes do ensino médio da rede pública ou pertencem a famílias cuja renda é de até 1,5 salário mínimo per capita. A estimativa é de que cerca de 2 milhões de inscritos no Enem 2013 pagaram a taxa.

Inscrições do Enem 2013 têm mais de 5,2 milhões de isentos

Em relação a 2012, o tamanho do Enem deste ano representa um aumento de 23,87%. Entre 2011 e 2012, esse crescimento foi de 7,63%. "A velocidade do crescimento do Enem é uma coisa espetacular. Quando você constrói políticas públicas e abre oportunidades para as pessoas, a resposta é essa", disse o ministro Aloizio Mercadante (Educação) citando como exemplo iniciativas como o Prouni (concessão de bolsas para alunos de baixa renda inscritos em graduação de instituição privada) e a política de cotas.

O ministro reconheceu que esse aumento vem acompanhado de um "imenso desafio logístico e operacional". A pasta, agora, deve aumentar o número de fiscais e corretores de redação, por exemplo.

Nos Estados, a maior proporção de inscritos pelo tamanho da população foi no Acre: a cada 1000 habitantes no Estado, 79,6 se inscreveram no exame deste ano. São Paulo registrou o menor índice: 27 inscritos por 1.000 habitantes.

"A leitura que nós temos é a oferta de vagas. São Paulo tem uma presença de instituições federais relativamente pequena", disse Mercadante.

Pouco mais de 54% dos inscritos têm entre 16 e 20 anos e é do sexo feminino (4,1 milhões).

"Eu atribuo [o aumento de candidatos] ao momento econômico, de um mercado de trabalho muito próximo do pleno emprego. Há uma carência de profissionais qualificados, e grande demanda de profissionais diplomados", disse Mercadante.

CIÊNCIA SEM FRONTEIRAS

O ministro defendeu ainda a exigência de nota mínima no Enem para participação em novos editais do programa Ciência sem Fronteiras. Antes, esse critério era considerado mas não era obrigatório.

Nos novos editais para cursar graduação em países como Estados Unidos e Alemanha, os alunos precisam ter tirado mais de 600 pontos no Enem, a partir da edição de 2009 do exame. Alunos que estão na reta final do ensino superior argumentam que não fizeram a prova no passado e, por isso, ficam agora impedidos de concorrer.

"No início do processo, em algumas instituições [que não usaram o Enem como critério de seleção] poderiam ter alunos do Pibic [programa de iniciação científica]", disse o ministro.

"Desde o primeiro momento estamos dizendo: o critério é o Enem. Não vai ter privilégio, não vai ter jeitinho e não vai ter concessão", concluiu.


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