Folha de S. Paulo


Pesquisa diz que 44% dos professores de SP dizem ter sofrido agressão em escolas

Em uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira pela Apeoesp (sindicato estadual dos professores), 44% dos professores afirmaram ter sido vítima de algum tipo de agressão --física, verbal ou assédio.

Dos pesquisados, 84% disseram que, no ano passado, souberam de algum caso de violência nos colégios em que lecionam.

Editoria de Arte/Folhapress

O levantamento, feito pelo Datapopular a pedido da Apeoesp, ouviu 1.400 professores em 167 cidades paulistas entre 18 de janeiro e 05 de março deste ano e mostrou também que 4 em cada 10 escolas do Estado não possuem nenhum tipo de trabalho para conter a violência. A rede estadual de ensino em São Paulo tem 230 mil professores.

Segundo os professores ouvidos pela pesquisa, a "falta de educação, de respeito e de valores" são os motivos que mais levam à violência dentro das salas de aula (74%). Em seguida, vêm a "educação em casa" (49%) e a desestruturação familiar, com 47%.

A agressão mais comum presenciada nas escolas é a verbal (74%), seguida do bullying (60%) e o vandalismo (53%).

Em colégios que não fizeram nenhuma ação ou campanha contra a violência, 51% dos professores disseram que já sofreram algum tipo de agressão.

Os colégios das periferias são considerados, em 81% dos casos, mais violentos que os do centro.

O governo de São Paulo anunciou no início da semana que vai instalar sistemas de monitoramento de câmeras em 597 escolas estaduais da Grande São Paulo. Atualmente, 1.567 escolas e 20 diretorias de ensino da região metropolitana são monitoradas por câmeras de segurança dentro do programa.

Felippe Angeli, coordenador do Sistema de Proteção Escolar da Secretaria da Edução do Estado de São Paulo, afirmou que professores da rede estão fazendo cursos de capacitação para que consigam "mediar conflitos com metodologias que incentivem a discussão e abordagens diferentes para os problemas que surjam na escola", precavendo possíveis ações de violência.

De acordo com ele, a secretaria ainda não recebeu oficialmente os dados divulgados pelo sindicato e quer analisar a metodologia aplicada na pesquisa. "A sensação de segurança pode envolver aspectos subjetivos e ser influenciada por fatores que vão além da escola, inclusive vindos do ambiente externo."

Segundo o coordenador, desde 2009 há parcerias entre secretaria e a Polícia Militar para garantir mais segurança nas escolas, mas que o problema também precisa de envolvimento dos próprios professores e pais de alunos para ser combatido. " A escola precisa denunciar e indicar os problemas que enfrenta para os órgãos competentes, como serviços de saúde, polícia, famílias dos alunos ou para a própria secretaria".


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