Folha de S. Paulo


Aluno de escola federal tem rendimento melhor em universidades

Alunos egressos de escolas públicas federais têm desempenho igual ao dos formados em instituições particulares nos cursos de graduação da UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora).

Cotistas têm desempenho inferior entre universitários
Rendimento de cotistas caiu com o passar do tempo

Já os estudantes saídos de escolas públicas estaduais e municipais ficam atrás em termos de rendimento.

É o que revelam dados sobre 14 mil alunos que ingressaram na UFJF entre 2006 --ano de implementação das cotas-- e 2011.

Nesse período, os alunos das escolas públicas federais, consideradas de melhor qualidade, ficaram com 25% das vagas destinadas a cotistas, embora representem menos de 2% dos concluintes do ensino médio em Minas Gerais.

Nos cursos de medicina e direito, mais concorridos, os egressos da escolas públicas federais representam cerca de 50% das vagas reservadas para os cotistas.

Outra parte das cotas da UFJF é destinada especificamente a negros egressos de escolas públicas, cujo desempenho na graduação é mais baixo que o dos não cotistas.

Segundo Antonio Beraldo, professor de estatística da UFJF que estuda a política de ação afirmativa, a formação mais fraca nas escolas públicas estaduais e municipais tem se refletido na trajetória do desempenho acadêmico dos cotistas.

"Essa defasagem existe em todas as áreas e é ainda mais evidente nos cursos de exatas", afirma Beraldo.

O acadêmico escreveu recentemente em coautoria com Eduardo Magrone, pró-reitor de graduação da UFJF, uma avaliação sobre a política de cotas na universidade.

Editoria de Arte/Folhapress

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