Folha de S. Paulo


Último dia de provas da Unicamp foi trabalhoso, dizem cursinhos

Os representantes de cursinhos disseram que o último dia de provas da segunda fase do vestibular 2013 da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) foi bastante "trabalhoso".

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Hoje, os candidatos tiveram que responder a 24 questões dissertativas de ciências da natureza --física, química e biologia. Cada prova durou quatro horas.

Edmilson Motta, coordenador geral do Etapa, disse que a prova de hoje teve complexidade equivalente à edições de outros anos. "Foi muito trabalhosa, mas bem equilibrada. Ter uma média de cinco minutos por item deve ter sido pouco para alguns candidatos, que podem ter deixado de fazer questões mais fáceis de biologia, que estavam no final, e que poderiam ajudar para ele pontuar mais."

Luís Ricardo Arruda, coordenador geral do cursinho Anglo, afirmou que o tempo pode ter prejudicado os candidatos mal preparados. "A prova é cobra o conteúdo, não adianta ir sem estudar que não vai dar para responder as questões. Os raciocínios foram longos, o que pode ter prejudicado aqueles que não sabem distribuir bem o tempo. Mas basta ter uma estratégia, fazer a prova em um ritmo certo."

O coordenador geral do Anglo, Luís Ricardo Arruda, considerou a prova de ciências da natureza difícil. "Foi cobrado bastante conteúdo e de uma forma abrangente. Quem não estudou não conseguiu fazer a Unicamp."

Célio Tasinafo, diretor pedagógico da Oficina do Estudante de Campinas, afirmou que a prova de hoje foi bastante tradicional. "Não teve nenhuma questão interdisciplinar, o que nos decepcionou. Mas as perguntas foram abrangentes, bem distribuídas em todas as matérias, com questões clássicas. Algumas respostas eram mais trabalhosas, mas é assim que deve ser para selecionar os candidatos."

De acordo com o diretor pedagógico, a prova de ciências da natureza foi de nível médio. "Quem não tinha estratégia clara para resolver a prova pode ter se atrapalhado. Mas os alunos mais experientes devem ter achado a prova mais fácil."

O terceiro e último dia de provas da segunda fase da Unicamp teve 13,8% de abstenção. Dos 15.352 mil candidatos convocados, 2.118 pessoas não compareceram à prova na tarde desta terça-feira (15).

Veja abaixo as avaliações individuais de cada matéria.

FÍSICA

A prova de física foi bastante trabalhosa de acordo com Edmilson Motta, coordenador geral do Etapa. "As questões foram bem amplas do ponto de vista conceitual, mas exigiu bastante tempo do candidato para resolver."

O professor de física do Objetivo Ronaldo Fogo afirmou que a prova deste manteve o nível se comparado aos exames anteriores. "O aluno tinha que estar concentrado e prestar muita atenção nos enunciados, que davam grande parte das fórmulas. Porém, as contas eram chatas, trabalhosas, e o candidato não ficava com segurança que tinha acertado a resposta após tantas etapas."

Ainda de acordo com o professor, o estudante também tinha que saber administrar bem o tempo. "Não sei se os cinco minutos [tempo médio para responder cada questão] foram suficientes para todo mundo."

Para o coordenador geral do Anglo, Luís Ricardo Arruda, a prova de física foi bem construída. "Física é uma matéria que já assusta mais os alunos, mas o bom estudante, que sabia bem a matéria, tinha condições de acertar todas as questões. O problema maior era administrar bem o tempo."

QUÍMICA

Alessando Nery, professor de química do Objetivo, os estudantes mal preparados tiveram dificuldade para fazer a prova. "As questões estavam bem contextualizadas mas era necessário ler os enunciados com atenção para não perder nenhum detalhe."

Segundo o professor, o nível de dificuldade foi mediano. "Não bastava ler, o aluno tinha que pensar no que estava fazendo e qual era o tipo de pergunta antes de responder. Se comparar com a primeira fase, foi mais difícil, mas isso é uma tendência natural para selecionar os melhores. As contas não eram um pouco trabalhosas, o que também tornou a prova mais extensa."

De acordo com o coordenador geral do Anglo, Luís Ricardo Arruda, a prova de química estava mais contextualizada que as questões de biologia e física. "Cobrou realmente o conhecimento, mas não dá para resolver com truquezinho, precisava saber mesmo a matéria, o que é uma marca da Unicamp."

Para Arruda, o espaço de algumas questões da matéria pode ter sido insuficiente para o aluno resolver todo o problema.

BIOLOGIA

Constatino Carnelos, professor de biologia do Objetivo, a prova deste ano foi "bonita". "Foi difícil achar alguma coisa para criticar o exame. Foi uma prova bem feita, com itens básicos da matéria, bem abrangente e com questões clássicas. A Unicamp capricha."

Ainda de acordo com o professor, a prova cumpriu o objetivo de selecionar os estudantes. "Não é uma prova muito fácil, o que vai diferenciar o bom aluno do médio aluno. O cara que fez um bom colegial não vai ter grandes dificuldades, já quem levou o curso à toa não vai tirar boa nota mesmo."

Já para Edmilson Motta, coordenador geral do Etapa, a prova de biologia foi mais simples neste ano. "As questões eram básicas e o aluno que tem um conhecimento menor conseguiu dar um jeito de responder. Mas como eram as últimas perguntas, se o estudante perdeu muito tempo nas provas de química e física pode ter feito a parte de biologia correndo."

Luís Ricardo Arruda, coordenador geral do Anglo, considerou que a prova de biologia foi bastante abrangente. "A banca escolheu temas relevantes, as questões eram bem elaboradas. Em alguns casos, o enunciado tinha uma introdução desnecessária, que fazia o aluno perder tempo, mas isso faz parte da Unicamp." (JULIA BOARINI)


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