Folha de S. Paulo


Acidentes de motos com vítimas crescem 25% em Ribeirão Preto

A cada dez acidentes com vítimas socorridas pelo Corpo de Bombeiros de janeiro a outubro do ano passado em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), sete envolveram motociclistas.

Os números são da corporação e apontam um crescimento de 25% -para 2.001 casos- em relação ao mesmo período do ano anterior.

Já os acidentes totais com vítimas tiveram aumento de 29% (para 2.637 casos) no período, segundo os bombeiros.

Para a Transerp (Empresa de Trânsito e Transporte de Ribeirão), a formação do condutor brasileiro é deficiente.

Edson Silva/Folhapress
O mototaxista Pedro Antônio da Silva, 41, internado no Hospital das Clínicas de Ribeirão
O mototaxista Pedro Antônio da Silva, 41, internado no Hospital das Clínicas de Ribeirão

O tenente do Corpo de Bombeiros Fernando Roberto afirmou que o aumento do número de acidentes poderia ser menor, ficar estável ou até cair, se as leis de trânsito fossem respeitadas.

"Para diminuir o número de acidentes, só com conscientização", afirmou o tenente Roberto.

O mototaxista Pedro Antônio da Silva, 41, foi uma das vítimas do trânsito. Ele ficou internado no Hospital das Clínicas da USP Ribeirão após ser atingido por um carro.

O acidente ocorreu na avenida Barão do Bananal. Silva sofreu fratura exposta no tornozelo esquerdo, quebrou a tíbia, o joelho e rompeu os ligamentos. Foram ao menos três cirurgias. Sua recuperação vai demorar seis meses.

O mototaxista diz que vê infrações de trânsito diariamente. "Todo dia tem gente fazendo alguma coisa errada nas ruas. Passagem proibida, trafegando em alta velocidade, passando no sinal vermelho", contou.

Ele afirmou que não pensa mais em trabalhar como mototaxista.

ATENDIMENTO

Fratura exposta nos braços e pernas, membros amputados, afundamento de mandíbula e de crânio, perfurações de órgãos, graves lesões na coluna, quadros de paraplegia e tetraplegia.

Esses são alguns dos problemas que podem acontecer em acidentes com motociclistas, segundo o médico Gerson Alves Pereira Júnior, do departamento de Cirurgia de Urgência do Trauma do HC.

De acordo com o profissional, os traumas mais comuns envolvem a cabeça, o tronco, o tórax e as extremidades do corpo -mãos e pés. Para ele, o problema não é andar de moto, mas transitar excedendo os limites de velocidade.

"Se a pessoa corre muito ela perde o benefício dos equipamentos de proteção. Quem exagera fica exposto a lesões mais graves", afirmou.


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