Viver em comunidade, cultivando o próprio alimento e usando novas formas de consumo. Essa é a filosofia de um grupo de pessoas que fundou uma fazenda ecológica em São Carlos (a 232 km de São Paulo).
Chamada de Ecovila Tibá, a comunidade tem cerca de 20 pessoas, que mudam de tempos em tempos, e praticam a permacultura -princípio que se baseia em uma forma de vida sustentável.
Por semana, os moradores recebem visitantes interessados em conhecer o estilo de vida e as instalações.
| Edson Silva - 4.nov.2014/Folhapress | ||
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| Moradores da comunidade Tibá, em São Carlos |
Formada há sete anos, a comunidade pretendia ser um "condomínio de amigos", mas se tornou referência para interessados nessa forma de vida e modelo para a criação de outras comunidades.
A fazenda foi comprada pelos fundadores da ecovila e é mantida pelos moradores, que pagam por um título, como em um clube. À medida que deixam o local, eles têm a opção de manter o título ou vender para outros sócio-moradores.
"Eu estava na faculdade quando, com amigos da república e professores, decidimos morar juntos em uma chácara ou fazenda. Achamos uma que já tinha casa construída, o que facilitou", diz Gleise Teixeira, 33, uma das fundadoras da Tibá.
Desde o início, de acordo com ela, o grupo já tinha uma proposta alternativa de vida e de alimentação. À medida que conheceram outras pessoas de áreas de interesse diferente, o local foi "enriquecido" com tecnologias de consumo.
Todos que vivem na Tibá têm a obrigação de trabalhar ao menos uma vez por semana no local, mas parte do grupo tem dedicação em tempo integral ao espaço.
AUTONOMIA ALIMENTAR
Na área de 11 alqueires, eles cultivam uma horta orgânica e têm sistema próprio de saneamento básico e de aproveitamento de água da chuva, além de banheiro seco (que não precisa de descarga) e de um pomar em fase de plantio.
"O objetivo é termos autonomia alimentar. Hoje só compramos óleo e cereais", afirma a psicóloga Ana Cláudia Fugikaha,35.
| Edson Silva/Folhapress | ||
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| Moradores da comunidade Tibá, em São Carlos, constroem casa ao lado da sede da fazenda |
Além da casa principal, a comunidade construiu há seis meses uma casa para Gleise, o marido e os dois filhos. O grupo já mapeou área para outras 19 casas, mas não tem prazo para construí-las.
Na falta de quartos, visitantes ou pessoas aceitas no processo de vivência de três e seis meses costumam montar barracas em um terreno ao lado da sede da Tibá.
O professor de ioga Gael Serrano, 42, mora há seis meses em uma barraca de camping com a namorada. Ele é espanhol e conta que vem aproveitando a experiência para replicá-la quando voltar ao país de origem.
"Sempre gostei desse estilo de vida, de aventuras, e quero levar esse modelo para os meus amigos na Espanha", afirma.