Folha de S. Paulo


Em nove meses, grupo doa 1.900 lenços para pacientes com câncer

Nascido como uma homenagem a uma vitória contra o câncer, o projeto Lencinho com Carinho produziu e doou, para diversas partes do país, cerca de 1.900 lenços em um período de nove meses.

A iniciativa foi criada pela artesã Adriana Turrini, no dia 15 de março de 2014, mesma data em que sua colega recebeu a notícia de que estava curada da doença.

Naquele dia, ela criou uma página em uma rede social com a intenção de arrecadar pedaços de tecidos para confeccionar lenços –acessório comumente usado pelas pacientes que perdem os cabelos durante o tratamento.

"Eu iria bordar os tecidos para que ela levasse de presente às colegas em sua última sessão de quimioterapia em Ribeirão Preto", disse Adriana.

No entanto o projeto ultrapassou a intenção inicial das amigas. Em uma semana, a página já tinha mais de 500 seguidores e as doações estavam chegando de todo o país.

Além das doações, Adriana também começou a receber pedidos de lenço de outras pacientes via internet.

Edson Silva/Folhapress
Voluntários se reúnem para confeccionar lenços, que vão para todas as regiões do Brasil
Voluntários se reúnem para confeccionar lenços, que vão para todas as regiões do Brasil

Atualmente, o projeto tem "madrinhas" cadastradas em cidades como Manaus (AM), Imperatriz (MA), João Pessoa (PB) e Rio de Janeiro (RJ).

As "madrinhas" recebem mensalmente caixas com 50 lenços bordados, higienizados e embalados para distribuírem a pacientes de câncer.

O bordado é feito com pedrarias que ficam presas nas bordas dos lenços. "O fato de ter pedrinhas na ponta faz um peso e a pessoa fica com a sensação do cabelo", disse.

Adriana recebe as doações pelos Correios e, em seguida, ela e um grupo se reúnem para a confecção dos acessórios.

"Não é apenas o lenço em si. A peça vem carregada de energia, de coragem, porque passou pelas mãos de muitas pessoas que estão trabalhando nisso", afirmou a farmacêutica Lívia Hernandes, 27.

Ela foi diagnosticada com câncer de mama em junho deste ano. Ao começar a quimioterapia, fez um "chá de lenço" com as amigas.

No Hospital de Câncer de Barretos, além de oficinas sobre a produção de perucas para pacientes com cabelo doado, também são organizados grupos de pacientes para a confecção de lenços.


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