Folha de S. Paulo


Cidades preveem prejuízo no fim de ano devido à seca

Uma das principais atrações da região de Ribeirão (a 313 km de São Paulo), as represas nos rios Grande e Pardo continuam com nível baixo devido à seca histórica e já prejudicam as cidades que dependem do turismo.

A chegada dos turistas em Caconde (a 288 km de São Paulo) e Guaraci (a 459 km de São Paulo), no interior do Estado, e Delfinópolis (MG), normalmente tem início no mês de setembro. Mas até agora está abaixo das expectativas dos empresários.

A situação mais crítica é a de Caconde. O reservatório da usina hidrelétrica que banha a cidade estava com apenas 14% de seu volume na última sexta-feira (18).

Reginaldo Antônio de Souza, diretor de Turismo, diz que a prefeitura estima uma queda de 50% a 60% no número de turistas neste mês, quando a cidade costuma receber até 10 mil pessoas.

Segundo Souza, nos dois primeiros finais de semana de dezembro, a cidade praticamente não recebeu turistas. A esperança é receber ao menos 5.000 visitantes.

"Já perdemos quatro meses de turismo. Esperamos que chova para melhorar a situação de janeiro a abril", diz.

Silva Junior/Folhapress
Seca gera queda do nível de água em represa de Caconde
Seca gera queda do nível de água em represa de Caconde

Limercy Forlin, proprietário de cinco chalés à beira da represa, afirma que pela primeira vez não conseguiu alugar todas as unidades para as festas de fim de ano. Apenas dois estão reservados.

"As pessoas vêm para andar de moto aquática e barco. Por isso, a primeira coisa que perguntam é como está o nível da represa", afirma.

O baixo nível da represa impossibilita a navegação.

Em Guaraci, que tem cerca de 600 casas próximas ao reservatório da usina de Marimbondo, no rio Grande, os prejuízos também são sentidos.

Vanda Pilotto, diretora de Turismo, diz que a cidade costuma receber 8.000 turistas em dezembro. Até a segunda quinzena, porém, apenas 200 haviam visitado a cidade.

Dono do único hotel, Marco Antonio Nicolau, afirma estar pouco esperançoso. "Dos 21 quartos que tenho, só três estão reservados para o Réveillon", diz Nicolau.

Em Delfinópolis, o turismo foi "salvo" pelas cerca de 150 cachoeiras, que nascem na Serra da Canastra. O ecoturismo garantiu reservas nas pousadas. No entanto, donos de rancho disseram ainda ter dificuldade para locar os imóveis para o final de ano.

Oscar Ferreira Neto, dono de dois ranchos, disse que a demora para chegar a Delfinópolis -o principal acesso é por um balsa- é outro fator que "afugenta" os turistas.

Em outubro, a fila de espera para a balsa era de quatro horas, durante a semana. Em finais de semana e feriados prolongados, a espera pode chegar a seis horas.


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