Folha de S. Paulo


Novas cervejarias artesanais fortalecem Ribeirão Preto no setor

Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) deve se consolidar no próximo ano como a cidade com o maior número de cervejarias artesanais e a que produz a maior quantidade desse tipo de bebida no Estado de São Paulo.

O motivo é a inauguração, prevista para 2015, de dois novos estabelecimentos cervejeiros: a Walfänger e a Weird Barrel. Juntas, as duas devem produzir cerca de 17 mil litros por mês.

Atualmente, são quatro fábricas em Ribeirão Preto. Elas produzem juntas, em média, 235 mil litros por mês de cerveja artesanal –que não é feita em escala industrial.

A segunda cidade no Estado com maior produção é Piracicaba (a 160 km de São Paulo). São três empresas e 130 mil litros por mês, segundo a Associação de Microcervejarias do Brasil.

Além das duas novas, as cervejarias Colorado, Lund e Klaro Chopp anunciaram ampliação das fábricas atuais e da produção em 2015 com novos equipamentos.

Já a cervejaria Invicta informou que iniciará sua expansão em 2016.

"Ribeirão já retomou a tradição da cerveja, que tinha com a Antártica e a cervejaria Paulista. Somos um polo cervejeiro, que atrai gente do Brasil inteiro", disse Rodrigo Silveira, da Invicta.

Edson Silva/Folhapress
Sérgio Castro, da Klaro Chopp, de Ribeirão Preto, prevê ampliação para o ano que vem
Sérgio Castro, da Klaro Chopp, de Ribeirão Preto, prevê ampliação para o ano que vem

EM ALTA

De acordo com dados da consultoria britânica Mintel, o consumo de cerveja artesanal no Brasil cresceu 36% em três anos.

Em 2010, foram consumidos 280 milhões de litros. Em 2013, chegou a 380 milhões de litros.

Apesar do crescimento, o consumo de cerveja artesanal ainda representa 2,9% do total de cerveja consumida no país, cerca de 13 bilhões de litros em 2013.

Segundo a avaliação da consultoria, apesar da venda de cervejas estar concentrada em grandes grupos e as microcervejarias não contarem com o apoio do governo federal para reduzir impostos, a produção artesanal deve crescer nos próximos anos.

"O brasileiro descobriu o que é cerveja. Quem bebe uma cerveja artesanal nunca vai preferir uma industrial. E esse mercado está só começando", disse Diego Lattaro, sócio da Walfänger.

Devido ao potencial de expansão do mercado, os donos das cervejarias de Ribeirão Preto dizem não se ver como concorrentes, mas parceiros de um negócio em alta.

"Quando um cresce, traz benefício para os outros, estamos todos no mesmo barco. Quem tira o nosso mercado são as grandes corporações de bebidas", disse Rafael Moschetta, proprietário da Weird Barrel.


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