O prefeito de Barrinha (a 337 km de São Paulo), Mituo Takahashi, conhecido como Katiá, foi expulso do PT municipal por infidelidade partidária.
Segundo o partido, ele apoiou candidatos do PSDB na última eleição, o que fere o estatuto partidário.
A decisão, agora, precisa ser referendada pelo diretório estadual. Katiá ainda poderá se defender.
A decisão de expulsar o prefeito foi tomada no dia 2 de outubro, mas foi divulgada somente agora.
O secretário geral do PT em Barrinha, Alcides Ignácio de Barros Filho, disse que Katiá manifestou apoio público aos deputados reeleitos Duarte Nogueira (federal) e Roberto Engler (estadual).
Ele também teria apoiado o governador tucano Geraldo Alckmin, que foi reeleito no mês passado.
"Ele [Katiá] tirou fotos ao lado dos candidatos [tucanos] e participou de uma passeata na feira da cidade. Isso não pode. O PT proíbe", disse Barros Filho.
Ainda de acordo com o partido, o prefeito não se defendeu das acusações.
A Folha tentou falar com o prefeito nesta quinta-feira (6), mas não conseguiu. Na prefeitura, uma funcionária afirmou que ele estava em reunião e não poderia atender a reportagem.
POLÊMICA
Takahashi ficou conhecido nacionalmente depois de pintar prédios públicos de Barrinha de vermelho –mesma cor do seu partido.
O caso foi revelado pela Folha no início deste ano.
Em agosto, o Ministério Público firmou um TAC para que ele fizesse a repintura dos locais com cores neutras.
Na época, Katiá disse que pintou os prédios de vermelho porque era a cor disponível no almoxarifado e que não houve custos adicionais.
Ele teve de arcar com as despesas para repintar todos os locais pintados de vermelho.