Para especialistas ouvidos pela Folha, a tradição de eleger políticos de uma mesma família em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) é negativa e reflete a falta de ideologia dos partidos políticos e a necessidade de democratização das siglas.
O professor de ética da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) Roberto Romano diz que, no país, a política se tornou um negócio familiar.
"O cargo político é um instrumento para as famílias, devido aos privilégios e à ascensão social que possibilita."
Para ele, desde a época da oligarquia, a influência dos "antecessores" facilita o desempenho dos "herdeiros", seja na obtenção de verbas ou de apoio.
"Essa superconcentração de poderes faz com que os filhos sejam apreciados pelos eleitores", afirma.
Para o professor de história política brasileira da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) Marco Antonio Villa, normalmente os herdeiros começam muito cedo por influência da história dos pais, e não por defenderem causas sociais.
"As famílias defendem seus próprios interesses."