Folha de S. Paulo


Preciso somar esforços pelo bem coletivo, diz Alckmin sobre crise da água

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta sexta-feira (31) que, como governante, precisa "trabalhar junto e somar esforços pelo bem dos interesses coletivos".

Ele se referia ao pedido de ajuda feito ao governo federal para enfrentar a crise da água. Na terça-feira (28), o candidato derrotado à vice-presidente da República pelo PSDB, senador Aloysio Nunes, afirmou que recusa a proposta de diálogo da presidente Dilma Rousseff com a oposição depois de sua vitória nas urnas.

Na quarta-feira (29), o governador já havia afirmado que pediria ao governo federal recursos financeiros e a desoneração de impostos para enfrentar a atual crise de desabastecimento de água no Estado.

"Nós todos somos governantes de uma república federativa e o que caracteriza uma federação são as parcerias entre todos os governos", disse Alckmin, durante a entrega de obras de duplicação de uma rodovia em Araraquara (a 273 km de São Paulo).

Edson Silva/Folhapress
O governador Geraldo Alckmin (PSDB), em entrevista durante entrega de duplicação de rodovia em Araraquara
O governador Geraldo Alckmin (PSDB), em entrevista durante entrega de duplicação de rodovia em Araraquara

O governador também fez novas críticas à decisão do ONS (Operador Nacional do Sistema), que, segundo ele, priorizou o fluxo de água para geração de energia nos rios Jaguari e Paraibuna, ao invés de destinar ao abastecimento público.

Também cobrou que a ANA (Agência Nacional de Águas) freie a utilização de um volume de 160 metros cúbicos por segundo de água da bacia do Paraíba do Sul para a produção de energia pela usina hidrelétrica de Santa Cecília.

Alckmin quer usar a água do primeiro rio para abastecer o sistema Cantareira e levar água à Grande SP. Ele defende obras de interligação do rio Jaguari, da bacia do Paraíba do Sul, com a represa do Atibainha, do sistema Cantareira.

De acordo com ele, o uso da água em períodos de estiagem deveria ser prioritariamente para o abastecimento humano.

"Quando nós alertamos [em março, sobre a necessidade de usar a água para abastecer São Paulo], o Jaguari tinha 42%. Hoje tem só 11%, sendo que poderia ter uma reservação muito maior e trazer segurança hídrica não só para São Paulo, mas também para o Rio de Janeiro", disse o governador.

Alckmin ainda negou ter qualquer "divergência" com o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), que já ameaçou levar a Brasília a disputa sobre o uso das águas da bacia do Paraíba do Sul .

"Nós defendemos que, seja no Rio de Janeiro ou em São Paulo, a prioridade para o uso da água seja para o abastecimento humano", disse.

O governador também confirmou que pode utilizar a segunda reserva técnica do Cantareira para o abastecimento da região metropolitana de São Paulo. "É para isso que ela [reserva técnica] existe", disse.


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