Folha de S. Paulo


Com seca, perfuradoras de poços contratam mais em SP

Com o aumento da procura por poços profundos no Estado de São Paulo por causa da seca, empresas do ramo aumentaram o quadro de funcionários em até 20%.

O perfil do cliente também mudou. Antes, a procura era, prioritariamente, do setor privado e do poder público.

Atualmente, as empresas notam o crescimento da procura para o uso pessoal.

"Hoje, recebemos mais de 20 ligações por dia de clientes [pessoa física] interessados em ter o seu próprio poço artesiano", disse o engenheiro civil responsável pela Hidrodex, Walter de Oliveira.

Segundo Oliveira, a quantidade de poços perfurados pela empresa neste ano já supera a do ano passado.

"As empresas ligadas à cadeia produtiva tiveram seus quadros aumentados em pelo menos 20%", disse Ubiraci Corrêa, presidente da Prominas, que fabrica máquinas para a perfuração de poços.

De acordo com o Daee (Departamento de Água e Energia Elétrica do Estado), o número de licenças expedidas cresceu 20% na comparação entre os nove primeiros meses deste ano com o mesmo período em 2013.

No total, foram 788 licenças neste ano, ante 659 do período anterior.

Depois da licença para a perfuração, o interessado tem um prazo de três anos para conseguir a outorga definitiva para a exploração.

Para Everton de Oliveira, professor de hidrologia da Unesp Rio Claro (a 175 km de São Paulo), a outorga e a licença são instrumentos importantes para que não haja desgaste do recurso. "É preciso ter um gerenciamento e um equilíbrio."

Para o professor, se a exploração for feita de maneira correta, a água subterrânea captada pelos poços profundos pode ser a solução para amenizar a crise hídrica que atinge todo o Estado.


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