Após quase dois meses do incêndio que destruiu dois terços da Mata de Santa Tereza, em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), o Estado ainda não tem um projeto de manejo da fauna para a recuperação do local.
A mata é a principal área verde da cidade e foi queimada entre os dias 31 de agosto e 19 de setembro.
Na manhã desta quinta-feira (23), o secretário de Estado do Meio Ambiente, Rubens Rizek, esteve em Ribeirão para formar uma comissão que irá elaborar um projeto.
No entanto, não há previsão de conclusão nem quando, efetivamente, ele será colocado em execução.
| Edson Silva - 2.set.2014/Folhapress | ||
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| Homens de brigada de incêndio tentam conter queimada que atingiu a Mata de Santa Tereza |
O projeto irá levantar o estrago da mata, quais as espécies que foram atingidas e que tipos de mudas deverão ser plantadas. "Já iniciamos os trabalhos no local. Por exemplo, já contratamos vigilante para monitorar a área à noite", disse o secretário.
Rizek afirmou ainda que há previsão de chegada de um helicóptero no mês que vem, comprado pela Fundação Florestal, para que seja usado em combate a queimadas.
"Neste ano, tivemos um aumento de 80% de incêndios nesta época de seca em todo o Estado", afirmou.
No mês passado, a Justiça concedeu liminar em ação do Ministério Público que obriga o Estado a apresentar o plano, construir torres de observação e criar uma brigada de incêndio para combater os focos que surgirem.
A multa diária prevista é de R$ 100 mil em caso de descumprimento.
De acordo com Ítalo Sérgio Mazzerela, presidente da Fundação Florestal, a vegetação queimada não era de origem primária.
"Já havia se perdido as características originais da mata antes do incêndio", disse.
Segundo ele, é necessário que, além do restauro da mata ciliar, o entorno receba uma faixa de proteção.
Ele também afirmou que a fundação deverá se reunir com instituições religiosas para orientar em relação a práticas feitas na mata que podem gerar incêndio.
RESTRIÇÕES
Uma proposta apresentada pela prefeita Dárcy Vera (PSD), de crianças auxiliarem no plantio de mudas na mata, foi descartado pelo governo do Estado.
Segundo Mazzerela, embora a prefeita tenha ofertado 100 mil mudas, há restrições porque a área é destinada a pesquisas. Daniel Gobbi, secretário do Meio Ambiente de Ribeirão, disse que é preciso combater o cipó dentro da mata –responsável por propagar o fogo, segundo ele.