O número de municípios com racionamento de água subiu para 11 na região de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo). Morro Agudo (a 380 km de São Paulo) foi a última cidade a entrar para a lista nesta segunda (8).
Atualmente, uma população equivalente à cidade de Piracicaba está sob o corte programado no fornecimento de água na região. São, no total, 385 mil habitantes.
A estiagem prolongada que atinge todo o Estado desde o início do ano, aliada a problemas estruturais nos sistemas de saneamento, já levou outras cidades como Bebedouro (a 381 km de São Paulo) e Américo Brasiliense (a 283 km de São Paulo) a adotarem o racionamento.
Em Morro Agudo, a medida foi tomada depois que o reservatório atingiu nível crítico e a nascente que fornece a água praticamente secou.
Segundo o secretário de Obras da cidade, Júnior Cabral, o nível do reservatório –um lago no centro da cidade conhecido como Prainha– baixou 80 centímetros.
Para recuperar o nível, a prefeitura passou a cortar a água diariamente das 13h às 16h. E a medida não tem previsão para ser suspensa.
A cidade também está aplicando multa de R$ 50 para quem é flagrado desperdiçando água. De agosto, quando foi iniciada uma campanha para o uso consciente da água, até esta segunda, a prefeitura aplicou 300 multas.
Segundo Cabral, o consumo aumentou muito na cidade nos últimos meses. "Há muita queimada e fuligem na região", afirmou.
Márcia Ribeiro/Folhapress | ||
Lagoa para captação de água em Morro Agudo, no centro, registrou queda no nível devido a seca |
Com o acúmulo de poeira, a população intensifica o uso da água para lavar calçadas, carros e quintais.
Além de multar, a cidade também está fazendo campanha de conscientização com carros de som e panfletagem.
NOVAS REGRAS
Com a pior crise hídrica da sua história e racionando pela segunda vez neste ano, Bebedouro analisa regras mais rígidas para combater o desperdício de água.
Atualmente, o corte de abastecimento acontece todos os dias, das 10h às 17h.
Um projeto de lei seria votado na noite desta segunda pelos vereadores.
O prefeito Fernando Galvão Moura (DEM) quer aumentar o valor da multa para flagrante de desperdício de água de R$ 50 para R$ 100.
Até as 20h30, o projeto não tinha sido votado.
A lei que está em vigor atualmente permite, por exemplo, a utilização de mangueiras para lavar carros e calçadas, desde que os equipamentos tenham limitadores de fluxo.
Já com o novo projeto de lei, os consumidores ficam proibidos de lavar calçadas, ruas e veículos.