Folha de S. Paulo


Sem abastecimento de água, Tambaú (SP) decreta estado de calamidade pública

A Prefeitura de Tambaú (a 255 km de São Paulo) declarou estado de calamidade pública depois que o nível da represa que abastece o município atingiu 26% da sua capacidade total.

O reservatório pode alcançar nível máximo de 4,5 metros, mas atingiu 1,20 metro nesta terça-feira (19). Se o nível chegar a 90 centímetros, não será possível bombear a água para abastecer a cidade, segundo a prefeitura.

Para evitar que isso acontecesse, o abastecimento foi cortado para toda a cidade.

"Fizemos isso para recuperar o nível e avisamos a população que vamos restabelecer nesta quinta-feira (21), às 14h", afirmou o coordenador do departamento local de água, Jorge Arenas.

O abastecimento, segundo ele, será restabelecido ainda em esquema de racionamento de água, adotado há quatro meses na cidade.

Neste corte programado, a água é cortada por 24 horas para metade da cidade em dias alternados.

Na segunda-feira (18), a prefeitura estudava ampliar o racionamento. No entanto, o baixo nível da represa levou à medida mais drástica de interrupção total da oferta.

Nesta quarta-feira (20) foi feriado na cidade, por causa do aniversário de fundação. Escolas e estabelecimentos públicos ficaram fechados.

Tambaú é abastecida por nascentes que deságuam na represa de captação da cidade. Essas nascentes estão com baixa vazão por causa da seca que atinge o Estado.
particulares

Atualmente, o município está bombeando água de sete represas particulares da região, que fornecem 510 mil litros de água por hora.

Em junho, foi decretado estado de emergência. A prefeitura diz precisar de R$ 15 milhões para obras que possam melhorar o abastecimento.

A Prefeitura de Tambaú informou que o estado de calamidade é uma forma de cobrar agilidade dos governos estadual e federal no auxílio com recursos públicos.

O consumo mensal de água na cidade é de 140 milhões de litros, mas com o racionamento caiu para 80 milhões.

Para driblar o racionamento, a população está reaproveitando e gastando mais.

Na casa da professora Dione Brandalha Fernandes, 54, a água chega a ser reaproveitada até três vezes. "A água que é usada para lavar roupa vai para a limpeza do chão e tapetes. O que conseguimos guardar desta, usamos para descarga do vaso", afirmou.

Já a água para cozinhar é comprada. "Isso fez aumentar nossa despesa."


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