Folha de S. Paulo


Fóssil de animal pré-histórico é achado no Triângulo Mineiro

Um novo fóssil de crocodilo pré-histórico foi encontrado durante escavações em Campina Verde, no Triângulo Mineiro. Os pesquisadores encontraram o crânio e parte do esqueleto de um crocodilo ainda não identificado.

A idade do fóssil está estimada em 90 milhões de anos.

O material já está em análise no laboratório do Centro de Pesquisas Paleontológicas Llewellyn Ivor Price, instituição pertencente à UFTM (Universidade Federal do Triângulo Mineiro), em Uberaba.

Coordenados pelo geólogo Luiz Carlos Borges Ribeiro, os estudos morfológicos e anatômicos não foram concluídos para determinar se os ossos são de uma nova espécie.

O coordenador da pesquisa, no entanto, afirma que o fóssil tem características divergentes dos dois crocodilos pré-históricos identificados anteriormente na região, o Campinasuchus dinizi e o Uberasuchus terrificus.

Ribeiro diz que a maioria dos fósseis descobertos no Triângulo Mineiro têm entre 65 e 72 milhões de anos.

No entanto, os ossos do crocodilo encontrado em Campina Verde estavam inseridos em rochas sedimentares de 90 milhões de anos.

Silva Júnior - 7.ago.2014/Folhapress
Réplica do Uberabatitan, maior dinossauro do país, em Uberaba, no Triângulo Mineiro
Réplica do Uberabatitan, maior dinossauro do país, em Uberaba, no Triângulo Mineiro

Outra diferença é o tamanho do animal. O crânio possui 38 centímetros e o fêmur, 30 centímetros. Com isso, estima-se um comprimento total de 3,5 metros. "Com certeza, é o maior crocodilo fóssil já descrito em Minas Gerais."

"Existe a possibilidade de ser um animal diferente das espécies que já conhecemos."

O trabalho de estudo e preparação do fóssil deverá levar três meses.

GRANDE PORTE

Em menos de dois meses de trabalho de campo, os pesquisadores também já coletaram no Triângulo Mineiro duas vértebras de dinossauros de grande porte.

Um dos ossos foi encontrado no ponto principal de escavação do sítio paleontológico de Peirópolis, localizado na zona rural de Uberaba.

A busca por dinossauros e animais pré-históricos no Triângulo Mineiro começou na década de 40. O pesquisador Llewellyn Ivor Price concentrou a investigação em Peirópolis por mais de 20 anos. Depois, as atividades continuaram com a criação do Centro de Pesquisas Paleontológicas, em 1991.

Desde então, a instituição trabalha com uma programação anual de escavações durante a seca. O resultado são 4.000 fósseis, mantidos em exposição no Museu dos Dinossauros em Peirópolis. Manter as escavações é um desafio para o centro. Falta mão de obra.

O coordenador do complexo, Vicente de Paula Antunes, admite dificuldades para manter o trabalho. Ele afirma que a UFTM tem atuado para solucionar o impasse e já conseguiu 13 vagas para o centro de pesquisas.


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