Folha de S. Paulo


Brodowski (SP) tem surto de diarreia após falta d'água

Há 30 dias com o abastecimento de água de 60% das casas sendo realizado por caminhões-pipa, o município de Brodowski (a 339 km de São Paulo) enfrenta um surto de diarreia.

Em 15 dias, o município registrou 195 casos de pessoas com vômito e diarreia. Com 22,7 mil habitantes, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a cidade teve um caso de diarreia a cada 100 moradores.

O Saaeb (Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Brodowski) não descarta a possibilidade de as pessoas terem sido contaminadas pela água. O departamento colheu nesta sexta-feira (15) amostras e encaminhou para análise no Instituto Adolfo Lutz.

O abastecimento com caminhões-pipa foi a alternativa encontrada após a bomba do principal poço da cidade quebrar no dia 15 de julho.

Olavo Dalpogeto, diretor do Saaeb, disse que a principal hipótese é de que a a sujeira acumulada na caixa d'água seja a causa da virose.

Dos dez caminhões que distribuem a água, quatro foram cedidos por prefeituras vizinhas. Dalpogeto afirmou que todos os caminhões foram desinfetados com cloro antes de serem utilizados.

Já o diretor de saúde, Davi Eiji de Oliveira, disse que seria "precipitado" atribuir o surto à má qualidade da água. Segundo ele, a ocorrência da doença se intensificou nas últimas duas semanas e o problema no abastecimento ocorreu há um mês.

A costureira Susamara Barbosa, 27, e os dois filhos, de três e seis anos de idade, tiveram diarreia e vômito por três dias. Ela disse que só tem usado água da caixa d'água.

"Não tenho condições de comprar água de galão ou os tambores, porque eles estão muito caros na cidade. Por isso continuo usando a água da rua para cozinhar e beber", disse Susamara.

Em uma loja de materiais de construção do município, a venda de caixas d'água aumentou 200%, porque as pessoas estão fazendo reserva em suas casas.

O funcionário público Cinício Roque Júnior, 45, estima ter gasto no último mês R$ 800 com uma nova caixa, bomba e galões de água. Normalmente, ela paga a tarifa mínima de água, de R$ 17,95.


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