Folha de S. Paulo


Especialistas divergem sobre efetividade do voto 'caseiro'

Especialistas divergem sobre a efetividade do voto 'caseiro' e sobre a possibilidade do sistema por voto distrital ser adotado.

Para o historiador da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) Marco Antônio Villa, com a participação das entidades há estimulo ao debate político sobre a questão.

"As pessoas vão optar votar pelo candidato da região e, em curto prazo, é uma saída para estimular o vínculo e fortalecer a prática do voto distrital."

Para Villa, no entanto, as chances de o voto distrital ser adotado no Brasil são pequenas. Disse que não há interesse dos políticos em aprová-lo.

"Eles não gostam do voto distrital porque cria compromisso entre eles e o eleitor. Os eleitos querem ficar o mais distante possível do eleitor", disse.

Desde 1947 o voto distritaçl é discutido no Poder Legislativo. A última proposta apresentada é de Antônio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP).

A proposta de 2006 prevê o voto distrital proporcional, ou seja, seriam eleitos os candidatos mais votados nos Estados e no Distrito Federal, que seriam entendidos como circunscrições eleitorais.

O professor de sociologia Marcos Cassin, da USP (Universidade de São Paulo) Ribeirão Preto, diz que mudar o sistema político é uma ação clientelista.

"Os problemas locais são universais. Não podem responder apenas pelo local. O voto distrital criaria um curral eleitoral. É uma tentativa de inibir os pequenos partidos," afirmou.

Cassin disse que campanhas, como a das associações comerciais, auxiliam apenas partidos com grande poder econômico.


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