Folha de S. Paulo


Perfuração de poços deve ser proibida por mais dois anos em Ribeirão

A perfuração de novos poços para captação de água no aquífero Guarani deve ficar proibida por mais dois anos na região que compreende o centro de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) e os extremos sul e norte da cidade, até o Anel Viário.

A recomendação foi feita por técnicos do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo e deve ser aprovada nesta sexta-feira (25). O objetivo é evitar ainda mais o rebaixamento do nível de água do aquífero na região.

O Daerp (Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto) é um dos principais interessados na medida. É por meio de poços de captação de água subterrânea que é feito o abastecimento público em Ribeirão Preto.

Apesar disso, a direção do departamento informou, em nota da assessoria, que a prorrogação por mais dois anos da proibição pelo comitê não afeta o fornecimento de água à população. O Daerp tem 106 poços em operação.

"O objetivo principal é o de preservar o aquífero. Na região central, o rebaixamento é de 70 metros", afirmou Paulo Finotti, vice-presidente do comitê.

Silva Junior - 16.dez.2013/Folhapress
Poço de captação de água subterrânea no bairro José Sampaio, na zona norte de Ribeirão
Poço de captação de água subterrânea no bairro José Sampaio, na zona norte de Ribeirão

Caso seja aprovada, esta será a quarta vez em que a proibição será prorrogada. Após a decisão, a medida será avaliada no Conselho Estadual de Recursos Hídricos, na próxima semana.

De acordo com o comitê, na região proibida, o Daerp só tem autorização para substituir um poço antigo. Mesmo assim, uma avaliação precisa ser feita pelos órgãos.

"O problema do aquífero é que não está havendo recarga, estamos em situação crítica", afirmou Finotti, que defende a aplicação de multa em casos de desperdício.

Nesta zona central, empreendimentos particulares também deverão continuar proibidos de realizar novas perfurações para poços.

De acordo com Renato Crivelenti, assistente-técnico do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica) e secretário-executivo adjunto do comitê, a iniciativa privada continuará a ter permissão para perfurar poços na área de expansão urbana.

Ele sugeriu ainda que o poder público deve começar a retirar água do rio Pardo.


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