Folha de S. Paulo


Até setembro, 2,1 mi de consumidores serão transferidos do Cantareira, diz Alckmin

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta sexta-feira (30) que, até setembro, 2,1 milhões de pessoas na Grande SP não serão mais abastecidas pelas águas do Sistema Cantareira. Normalmente, o sistema abastece 8,8 milhões de pessoas, segundo a Sabesp.

O motivo é a falta de chuvas que reduziu as reservas nas represas que formam o sistema. De acordo com o tucano, essa população será atendida por outros sistemas de abastecimento, como os já utilizados Guarapiranga e Alto Tietê.

Atualmente, de acordo com o governador, 1,6 milhão de pessoas já recebem água dos sistemas Guarapiranga e Alto Tietê. No Sistema Cantareira, a água já usada é reserva do "volume morto", que fica abaixo das comportas do sistema.

Mariana Martins/Folhapress
Governador Geraldo Alckmin, em Brodowski, durante a reabertura do Museu Casa de Portinari
Governador Geraldo Alckmin, em Brodowski, durante a reabertura do Museu Casa de Portinari

Alckmin também comentou a decisão da Justiça Federal do Rio de Janeiro, que nesta quinta-feira (29) deu 72 horas para que o governo paulista se posicione sobre a proposta de usar água do rio Paraíba do Sul para levar até o Cantareira.

De acordo com o tucano, serão prestadas todas as informações. O objetivo, segundo ele, será apontar a viabilidade da medida. A decisão da Justiça foi dada após pedido da Procuradoria Federal, que quer evitar a transposição de águas do Paraíba do Sul, principal manancial de abastecimento da capital fluminense.

"Estamos monitorando o Sistema Cantareira diariamente. Um milhão e seiscentas mil já foram retiradas do sistema e estão sendo abastecidas pelo Guarapiranga e Alto Tietê. Até setembro, teremos 2,1 milhões de pessoas fora do Sistema Cantareira, porque a seca foi muito grande na região Bragantina e em Minas Gerais, foi muito localizada. Então, estamos tirando boa parte [e transferindo] para outros sistemas do Estado", disse.

O governador também falou sobre o trabalho que resultou na captação, por bombas, do "volume morto". "Fizemos em 74 dias o trabalho da reserva técnica [volume morto]. E além disso, fomos o único governo que falou: 'faça economia, ajude evitando o desperdício e ganhe o bônus de 30% a menos na conta'", disse.

De acordo com o tucano, 87% da população de São Paulo reduziu o consumo de água em SP. Alckmin participou na manhã desta sexta-feira da reabertura do museu Casa de Portinari, em Brodowski (338 km de São Paulo).

PARAÍBA DO SUL

"Olha, nós vamos prestar todas as informações [para a Justiça Federal]. Há muita desinformação. Ninguém vai tirar um litro do Paraíba do Sul. Não há transposição de água. O que será feito é interligar os dois reservatórios, que é o que o mundo inteiro faz, porque aumenta a capacidade de reservação", disse o tucano.

Segundo o governador, o Sistema Cantareira "é pequeno" se comparado ao Jaguari do rio Paraíba do Sul. A capacidade de reservação de água do Cantareira, segundo a Sabesp, é de 1 trilhão de litros. "Interligando [os reservatórios], dobra a capacidade de reservação. Quando chove demais, guarda [água]. Isso é o que vamos explicar", disse.


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