Folha de S. Paulo


Padilha afirma que Sabesp não investe o necessário para evitar falta de água em SP

O pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, afirmou nesta quarta-feira (28) que a crise de abastecimento de água ocorre porque a Sabesp não faz os investimentos necessários para evitar o problema.

Segundo ele, há racionamento de água, apesar de não oficializado pelo governo.

"Campinas [93 km de São Paulo] recebe menos água do Sistema Cantareira. Vários bairros da cidade não têm água 24 horas por dia, desde dezembro. Guarulhos teve corte de 400 litros de água por segundo. A capital, de março a abril, teve vários cortes no abastecimento durante à noite. Osasco sofreu vários cortes também", afirmou.

O problema em Campinas ocorre porque o mesmo manancial que abastece o Sistema Cantareira (conjunto de represas que abastece a Grande SP) leva água para a cidade. Como o nível do rio está baixo, o município é afetado, assim como toda a região metropolitana de Campinas.

Edson Silva/Folhapress
Pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, durante evento em Ribeirão Preto
Pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, durante evento em Ribeirão Preto

"As obras listadas pela Sabesp que deveriam ter sido realizadas, não foram feitas. Isso impacta na crise atual da água. Em 2012 a Sabesp lucrou R$ 2 bilhões. Esse dinheiro deveria ser aplicado em obras, deveria ser investido", disse Padilha.

As declarações foram feitas na manhã desta quarta em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) durante um evento que discutiu o planejamento municipal e o uso do recurso hídrico.

Se eleito, o petista prometeu fazer obras para evitar o desabastecimento. "Nós queremos fazer em quatro anos as obras que em dez anos não foram realizadas. São Paulo tem recursos, o governo federal também tem, através do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento]", afirmou.

SABESP NEGA

Em nota, a Sabesp informou que não há racionamento, rodízio ou restrição de consumo de água em nenhum dos 365 municípios operados pela empresa no Estado.

"Também é importante esclarecer que o abastecimento nas cidades de Campinas e Guarulhos é de responsabilidade de autarquias municipais e não da Sabesp", citou a nota.

A Sabesp apontou ainda que investiu R$ 9,3 bilhões entre os anos de 1995 e 2013 em medidas para aumentar a segurança do abastecimento de água na região metropolitana de São Paulo.

"Esses recursos permitiram elevar a integração do sistema de abastecimento e o volume de água disponível. Nesse período, a capacidade de produção subiu de 57,6 para 73,2 metros cúbicos por segundo –sozinho, esse aumento abasteceria Salvador e Fortaleza", informou.

Disse ainda que esses investimentos acabaram com o rodízio que vigorou de 1995 a 1998, beneficiando 5,2 milhões de pessoas e atendendo ao crescimento populacional.

"A empresa tem envidado todos os esforços no sentido de minimizar os efeitos da estiagem de maneira a poupar a população de eventuais incômodos. Foram adotadas medidas como: implantação do bônus para quem economizar água, transferência de águas dos sistemas Alto Tietê e Guarapiranga para usuários do Cantareira, início de obras para utilização da reserva estratégica e uma intensa campanha sobre a necessidade de economizar água junto aos veículos de comunicação", ainda cita, a nota.


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