Folha de S. Paulo


Mais 4 aviões são expostos no museu da TAM; um deles é feito de madeira

Os 22 mil m² da área de exposição do Museu da TAM, em São Carlos (232 km de São Paulo), já são pequenos para os apaixonados pela aviação. Ainda assim, João Amaro, 68, presidente do museu, não consegue dispensar as novas aeronaves que são doadas a seu acervo.

O museu expôs ao público neste mês de março quatro novas aeronaves, que estavam em processo de restauração desde o ano passado. Com elas, agora são ao todo 91 aeronaves expostas.

Entre os novos aviões do acervo, o gerente da oficina do museu, José Hass, 52, destacou a importância histórica dos planadores Flamingo e Neiva –ambos doados por um aeroclube de Bauru (329 km de São Paulo).

Os dois aeroplanos foram construídos no Brasil na década de 40. O Flamingo, de acordo com o gerente da oficina, é considerado uma "obra de arte da aviação".

Feito totalmente em madeira, com ele foram vencidos campeonatos nacionais de voo a vela –disputado por planadores, que são aeronaves sem motor.

Divulgação
Planador Flamingo, feito todo em madeira, em exposição no Museu da TAM, em São Carlos
Planador Flamingo, feito todo em madeira, em exposição no Museu da TAM, em São Carlos

"Ele estava bem judiado, com a madeira apodrecida. Mas nós o recuperamos e hoje ele tem condições estruturais de voos, só não tem os instrumentos necessários para voar", disse Hass.

O modelo do Neiva exposto foi o primeiro produzido. Outros 20 foram encomendados pelo Ministério da Aeronáutica e feitos nos anos 50.

Os outros dois aviões já faziam parte da coleção pessoal do presidente do museu.

A aeronave T-6, destinada à instrução de pilotos da Força Aérea da Marinha japonesa, foi adquirida por Amaro há cerca de um ano.

ESQUADRILHA

O modelo é conhecido no Brasil por ter sido utilizado como avião oficial da Esquadrilha da Fumaça. Ele ficou seis meses em restauração e está em condições de voo, ainda segundo o gerente.

O Flea Ship, primeiro avião a ser projetado por uma mulher –a norte-americana Lillian Holden– retornou a São Carlos depois de uma temporada no Museu Catavento, na capital paulista.

"Tivemos de refazer a pintura porque ele ficou um pouco danificado depois dessa viagem", disse Hass.

Em 2008, o Museu da TAM precisou ser fechado para uma expansão. Com a reforma, o hangar que abriga os aviões passou de 9.000 m² para os 22 mil m² atuais.

"Aviação é paixão. Apesar da falta de espaço, o presidente [Amaro] não quer descartar aviões importantes. Então, vamos apertando e dando um jeitinho para abrigar todos", contou Hass.

A oficina do museu tem ainda quatro aeronaves que passam elo processo de restauração. Duas delas devem ser expostas ao público dentro de seis meses, enquanto as outras ainda não têm previsão de término.

"Algumas demoram um pouco mais porque é difícil encontrar informações para deixá-los com as características originais", afirmou Hass.

O museu fica na rodovia Thales de Lorena Peixoto Júnior (SP-318), a 15 quilômetros de São Carlos. Abre de quarta-feira a domingo, das 10h às 16h. O ingresso (inteira) custa R$ 25. Informações: (16) 3306-2020.


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