O reitor da USP (Universidade de São Paulo), Marco Antonio Zago, disse nesta sexta-feira (14) que os alunos da USP Leste devem voltar às aulas no dia 10 de março, mesmo que não seja no campus que está atualmente interditado.
"Estamos buscando alternativas. Se não puder ser lá terá de ser em outros locais", afirmou Zago à Folha, após participar da cerimônia de posse da professora Maria Vitória Lopes Brada Bentley como diretora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP Ribeirão Preto (313 km de São Paulo).
Zago disse que prédios da Fatec (Faculdade de Tecnologia do Estado) na capital podem ser uma opção. "A Fatec pode até ser uma alternativa, mas não adianta levantar hipóteses agora, existem opções", disse.
Uma decisão judicial interditou o campus em janeiro. A Justiça determinou que o local está com problemas como a contaminação do solo e a presença de gás metano que pode causar explosão.
| Edson Silva/Folhapress | ||
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| O reitor da USP, Marco Antonio Zago, durante discurso na cerimônia de posse de Maria Vitória Bentley |
De acordo com o reitor, a liberação do campus depende agora da decisão da Justiça e do Ministério Público. "O relatório da Cetesb diz que os problemas estão encaminhados de tal maneira que depende agora da posição do promotor e da juíza", disse.
CRISE FINANCEIRA
Em seu discurso durante a cerimônia de posse de Maria Vitória, o reitor falou em crise financeira e momento de recomposição. "Não é possível gastar mais do que se tem", disse.
O orçamento da USP está comprometido. Hoje, 100% dele é gasto com salários e o restante vem das reservas da universidade, estimada em R$ 3 bilhões.
Zago disse que pretende valorizar a graduação e, entre as ações, quer fazer uma renovação didática do corpo docente. "Será um período de muito trabalho altamente construtivo para a universidade", afirmou
Foi a primeira visita oficial do reitor à USP Ribeirão. Zago é professor da Faculdade de Medicina no campus e seu nome foi escolhido pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), para assumir a universidade.
RIBEIRÃO PRETO
À Folha, Zago disse sobre os problemas estruturais da USP Ribeirão Preto e sobre segurança. O campus na cidade é alvo de ataques de bandidos que explodem caixas eletrônicos.
"Queremos lugares seguros que não ofereçam risco à vida com a liberdade de vida que os estudantes desejam", disse.
De acordo com o reitor, existe hoje um grupo de trabalho na USP que estuda às questões de segurança, juntamente com os universitários, em todos os campus.
No entanto, o reitor afirmou que o problema não é apenas da universidade e também da cidade onde estão as unidades. "Os problemas que ocorrem aqui refletem o que ocorre na cidade".