As cidades de São Carlos (232 km de São Paulo) e Descalvado (243 km de São Paulo) irão adotar racionamento de água no prazo de dez a 15 dias caso não volte a chover. Nos dois municípios, já é registrado falta de água e o forte calor aumentou o consumo em até 33%.
Em Araraquara (273 km de São Paulo), a seca reduziu a pressão da água nas torneiras e em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) o desabastecimento em bairros da zona oeste já dura cinco dias por causa de defeitos nas bombas de captação.
"Há muitos anos não fazemos racionamento, mas não podemos descartar", afirmou Sérgio Pepino, diretor do Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) de São Carlos.
Segundo ele, a falta de água atinge as partes altas dos bairros Santa Felícia, Boa Vista e Vila Nery. Por causa do forte calor, o consumo diário de água aumentou em 20%, enquanto a produção continuou a mesma, de acordo com Pepino.
A situação se agrava entre 17h e 20h, horário considerado de pico, em que há aumento no consumo.
Embora tenha afirmado que a estiagem é o grande fator da falta de água, o diretor também responsabilizou os próprios moradores pela situação e disse que a população deveria "cooperar".
Já em Descalvado, o aviso de risco de racionamento foi dado há 16 dias por Valdecir Marcolino, secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, ao assumir a pasta. O desabastecimento ocorre na região leste e afeta os bairros mais populosos, como o Parque Vitória.
Segundo ele, com o calor, o consumo diário de água na cidade aumentou 33% em dezembro, para 12 milhões de litros. Entretanto, a captação se manteve a mesma.
A administração já adotou medidas emergenciais, como o remanejamento de água na rede de distribuição e o controle dos níveis das represas Rosário e Calmon, mas têm surtido pouco efeito.
| Edson Silva/Folhapress | ||
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| Caminhão-pipa do Daerp usa hidrante para abastecer rede que leva água às casas |
FALTA DE ÁGUA
Outras cidades relatam problemas no abastecimento de água, mas ainda não preveem racionamento.
É o caso de Araraquara, onde o Daae (Departamento Autônomo de Água e Esgoto) confirmou a redução da pressão de água em horários de pico.
O superintendente do departamento, Guilherme Soares, afirmou que a redução continuará até que volte a chover na cidade.
No entanto, disse que o nível de captação não está reduzido e que as bombas funcionam à noite para encher as caixas d´água.
O problema da redução da pressão acontece nos bairros antigos, como a região central e a Vila Xavier. A estudante Laís Bosso, 20, afirmou que a pressão da água diminui durante a manhã e a tarde, normalizando às 23h.
Orlândia (365 km de São Paulo) registra falta de água por problemas de manutenção nos equipamentos e bombas antigas.