Folha de S. Paulo


Falta d'água só deve ser resolvida em 2015, diz Prefeitura de Ribeirão Preto (SP)

O problema crônico do abastecimento de água em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) será completamente resolvido apenas em julho do ano que vem.

A afirmação é de Marco Antônio dos Santos, superintendente interino do Daerp (Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto) e secretário da Administração.

Isso significa que regiões em que moradores convivem com o abastecimento precário de água há anos não deverão ter o problema solucionado ao longo de 2014.

A zona norte é um exemplo. Entre o fim do ano e o começo deste mês, moradores ficaram dez dias sem água.

O problema aconteceu mesmo depois de a prefeitura ter aberto um novo poço artesiano em dezembro, no bairro Heitor Rigon.

Nesta terça-feira (14), Santos anunciou um pacote de medidas a serem implementadas pela autarquia até julho de 2015, com a promessa de que a população não irá mais sofrer com a falta d'água e de que a melhora será gradativa.

"A população vai perceber a melhora do abastecimento de água, gradualmente, até a implantação de todo o plano de ação", afirmou.

Silva Junior/Folhapress
O superintendente interino do Daerp, Marco Antônio dos Santos, durante evento no qual foram anunciados projetos da autarquia
O superintendente interino do Daerp, Marco Antônio dos Santos, durante evento no qual foram anunciados projetos da autarquia

O plano, que inclui, entre outros itens, a melhora na gestão da autarquia, a implantação de adutoras e a perfuração de sete poços, irá custar R$ 109 milhões.

Do total, R$ 50 milhões sairão dos cofres do Daerp –que diz ter o dinheiro, ao contrário da administração municipal, que vive crise– e o restante, do governo federal, por meio do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

A previsão do Daerp também é contratar novos funcionários –entretanto, a autarquia está impedida porque atingiu o limite de gastos com pessoal imposto pela LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal).

Segundo Ivo Colichio, diretor técnico do Daerp, a autarquia precisa contratar motoristas, encanadores, engenheiro elétrico e operadores de retroescavadeira. "Estamos comprando novos equipamentos, mas não temos um pessoal capacitado."

Além das obras, o pacote prevê o combate ao desperdício e à inadimplência, que hoje corresponde a cerca de 20% do total de usuários.

PROBLEMAS

A explicação para os atuais problemas de abastecimento em Ribeirão, de acordo com o Daerp, está no excesso de vazamento na rede, nos problemas de captação e na falta de reservatórios.

Segundo Colichio, a cidade será dividida em zonas e serão implantados 22 sistemas, interligados entre si, para que haja o equilíbrio no abastecimento dos poços.

O Daerp priorizou dez bairros que mais sofrem com o problema –entre eles o Campos Elíseos e o centro, que deverá ter a rede trocada, numa extensão de 120 quilômetros.

"[A rede] É antiga e também precisa de adutoras", disse Colichio. Não há previsão para início as obras.


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