Folha de S. Paulo


Suposto bilhete premiado de R$ 7,8 mi da Mega-Sena provoca briga entre irmãos

Um suposto bilhete premiado da Mega-Sena no valor de R$ 7,8 milhões provocou uma briga entre irmãos e foi parar na polícia em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo).

José Agostinho dos Santos, 40, acusa o irmão de 37, Rogério Agostinho dos Santos, de ter furtado o bilhete premiado.

O acusador registrou um boletim de ocorrência em novembro, em que afirma que o irmão entrou em seu quarto e pegou o bilhete, um dos vencedores do concurso 1.530 da Mega-Sena, sorteado em 14 de setembro. Eles dividiam a mesma casa.

O concurso teve dois ganhadores: um de Guarulhos e outro, de Ribeirão Preto.

Em 2 de outubro, José registrou um boletim de ocorrência. Antes, porém, entrou com uma ação na Justiça para tentar barrar o saque do prêmio, sem sucesso.

Para tentar levantar provas de que o irmão furtou o bilhete, José usou um gravador no quarto do irmão. Disse à polícia que gravou conversa do irmão com a namorada, em que falava sobre ficar rico e viajar.

O material foi enviado para a perícia, mas o delegado do 6º DP (Distrito Policial) de Ribeirão Samuel Zanferdini, que investiga o caso, afirmou que, por enquanto, não há nada que possa incriminar Rogério.

De acordo com ele, não há pistas para afirmar se houve o furto nem se o acusador realmente acertou os números da Mega-Sena.

"Não há nenhuma prova de que ele tenha ganho mesmo o sorteio", disse Zanferdini. O delegado pediu informações sobre o sorteio à CEF (Caixa Econômica Federal), mas disse que ainda não recebeu resposta.

A CEF informou, por meio de sua assessoria, que o prêmio foi resgatado em 20 de setembro mas que, por questões de segurança, não informa a agência e a cidade.

Informou ainda que não recebeu ainda nenhum pedido oficial da Polícia Civil sobre o caso.

O delegado disse que as condições financeiras do acusado permaneceram as mesmas desde o sorteio da Mega-Sena.

OUTRO LADO

O advogado Daniel Rondi, que defende Rogério, afirmou que o seu cliente não furtou bilhete algum, que ele não foi premiado na loteria e que o caso é de fácil resolução.

"Se alguém retirou o prêmio, vão aparecer imagens", disse o advogado.

Rondi afirmou ainda que seu cliente teve de se mudar de casa com medo das ameaças sofridas do irmão.

Ele alegou que a acusação não têm fundamento, mas que está fazendo o necessário para defender Rogério. "Essa acusação beira a insanidade", disse Rondi.

A Folha não conseguiu ouvir José nesta segunda-feira (16). Em sua casa, familiares, que não quiseram comentar o assunto, disseram que ele está em São Paulo.

Enquanto o imbróglio não é solucionado, os irmãos seguem em uma batalha na polícia.

Segundo o delegado, desde que a investigação começou já foram registrados dois boletins de ocorrências de ameaças relacionados ao caso.


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