Folha de S. Paulo


Delegado e promotor defendem que Joaquim foi morto dentro de casa

O menino Joaquim Ponte Marques, 3, cujo corpo foi encontrado no rio Pardo em Barretos (423 km de São Paulo) no dia 10 de novembro, foi morto dentro de sua própria casa no Jardim Independência, em Ribeirão Preto (313 km da capital).

A conclusão é compartilhada entre o promotor Marcus Tulio Alves Nicolino e o delegado que investiga o caso, Paulo Henrique Martins de Castro.

Joaquim morava com a mãe, o padrasto e um irmão de quatro meses de idade. Natália Mingoni Ponte, 29, e Guilherme Raymo Longo, 28, estão presos temporariamente desde quando o corpo da criança foi encontrado.

O casal alega inocência e Longo defende que o menino foi sequestrado durante a madrugada do dia 5 de novembro, data em que o casal chamou a Polícia Militar e registrou o desaparecimento da criança.

Em entrevista à Folha, Nicolino defendeu a tese de que o assassino estava dentro de casa. Tanto a Promotoria quanto a Polícia Civil já haviam descartado a versão de possível sequestro, uma vez que não havia marcas de arrombamento na casa da família.

Além disso, de acordo com o próprio padrasto, o portão da casa estava trancado.

Nesta terça-feira (3), em entrevista a uma emissora de TV local, o delegado confirmou a suspeita do promotor. Na entrevista, Castro disse que tem provas suficientes para indiciar o padrasto.

PISTA

Um depoimento dado pelo irmão de Natália, Alessandro Mingoni Ponte, na semana em que o menino desapareceu, é uma das pistas investigadas no momento pela Polícia Civil.

De acordo com Ponte, ele estava na casa de Natália no dia 5, após a família ter registrado o sumiço de Joaquim, quando atendeu uma ligação anônima.

Do outro lado da linha, uma pessoa teria dito que viu Longo caminhar em direção ao córrego Tanquinho, localizado a 200 metros de sua casa, com o enteado no colo, por volta da 0h. A polícia tenta identificar o denunciante.

O prazo da prisão temporária do casal vence no próximo dia 10, mas Castro deve pedir a prorrogação por mais 30 dias.

A polícia ainda aguarda os resultados do exame toxicológico, que deverá apontar as causas da morte de Joaquim, além de uma análise feita na caneta aplicadora de insulina da criança.

Joaquim era diabético e usava o medicamento desde setembro. Uma das hipóteses da polícia é a de que o menino tenha recebido uma superdosagem de insulina.


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