Folha de S. Paulo


Onda de crimes assusta universitários da USP Ribeirão Preto (SP)

Estudantes, professores e funcionários da USP Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) se dizem inseguros com a onda de furtos e roubos no campus, por onde circulam 40 mil pessoas por dia.

Neste ano, seis explosões a caixas eletrônicos foram registradas dentro da universidade, segundo a assessoria de imprensa --a PM fala em quatro. No mesmo período de 2012, foram apenas duas.

Dados do governo do Estado mostram que a área onde a USP se localiza registrou aumento de 34% de roubos a veículos nos primeiros oito meses deste ano. No último final de semana, um cofre da Faepa (fundação da USP) com R$ 100 mil foi furtado de dentro do Hospital das Clínicas.

Para alertar os estudantes, uma página nas redes sociais foi criada em agosto para mapear os locais onde os crimes mais ocorrem. Além do campus, há ocorrências nas ruas do entorno da universidade.

Os casos mais recentes relatados na página ocorreram na tarde da última segunda-feira (14) e no início da noite de terça perto do bandejão.

Edson Silva/Folhapress
Carro da Polícia Militar faz ronda dentro do campus da USP Ribeirão Preto: insegurança preocupa estudantes e professores
Carro da Polícia Militar faz ronda dentro do campus da USP Ribeirão Preto: insegurança preocupa estudantes e professores

A estudante de biologia Letícia Cândida Pataca, 22, e uma amiga quase foram roubadas no começo deste ano. Elas foram abordadas por dois meninos. Como viram que eles estavam sem arma, saíram correndo.

"A guarda universitária demorou muito para chegar depois que a acionamos. Quase não vemos a Polícia Militar por aqui."

A auxiliar de limpeza Nara Lúcia Aparecida Leôncio, 38, que trabalha na universidade, também teme ser assaltada. Ela adotou a tática de sempre andar acompanhada.

O diretor do DCE (Diretório Central dos Estudantes), Vitor Barros, 23, pede a contratação de mais seguranças para a vigilância no campus.

O professor de odontologia e representante da Adusp (Associação de Docentes da USP) Plauto Watanabe questiona se as câmeras das portarias estão funcionando.

"Há pouco tempo estavam desligadas", disse ele.

'DESPREPARO'

O delegado Gino Augusto Franco Sant'Anna, do 3º Distrito Policial, que cobre a área da USP, criticou a segurança no campus.

Segundo ele, a USP é um local vulnerável. "Os guardas não têm preparo necessário."

Ele disse que o número de crimes esclarecidos poderia aumentar se houvesse um circuito de monitoramento com câmeras de qualidade.

A USP informou, em nota, que a segurança do campus passa por reformulação. Já a PM disse que faz rondas diárias pela universidade.


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