Folha de S. Paulo


Shopping centers apostam em cidades menores na região de Ribeirão

O comércio de rua, principal ponto de compras em cidades menores e com lojas cujas fachadas trazem o sobrenome de famílias locais, tem dividido espaço cada vez mais com novos shoppings de grandes redes.

Com o excesso de empreendimentos nas regiões metropolitanas, o interior de São Paulo tornou-se o alvo da atenção de grupos de investidores em redes de varejo.

Novos centros de compras estão sendo criados em cidades paulistas com menos de 200 mil habitantes.

Pelo menos oito shopping centers já foram inaugurados neste ano ou serão abertos até 2014 nesses municípios, segundo a Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers).

Além de Sertãozinho, de 110 mil habitantes, há investimentos em cidades como Porto Feliz (48 mil), São Roque (78 mil), Votuporanga (84 mil), Votorantim (108 mil) e Botucatu (127 mil).

Edson Silva/Folhapress
Placa com aviso do futuro North Shopping Sertãozinho, na rodovia Armando de Sales Oliveira próximo ao parque ecológico
Placa com aviso do futuro North Shopping Sertãozinho, na rodovia Armando de Sales Oliveira próximo ao parque ecológico

O cenário de erguer shopping centers no interior não populoso começou a se desenhar há uma década, mas tomou força principalmente nos últimos cinco anos, segundo o presidente da Abrasce, Luiz Fernando Veiga.

Um dos fatores, diz, é o crescimento da renda no interior e a escassez de terrenos nas grandes capitais.

O incentivo de prefeituras para a instalação dos shoppings, segundo Veiga, também acelera a migração para o interior. "Para a cidade, é arrecadação garantida."

DISPUTA

Na região, Sertãozinho (333 km de São Paulo) é alvo de uma disputa incomum para uma cidade com 110 mil moradores: poderá ser sede de dois shoppings.

Dois grupos de investidores anunciaram empreendimentos. O Müller Partners, de Minas Gerais, prevê aplicar R$ 100 milhões em um shopping de 139 lojas. A estratégia é ser mais central --o terreno está a menos de um quilômetro do centro.

Já o North Empreendimentos, do Ceará, prevê criar um shopping com 136 lojas, com investimento de R$ 80 milhões, em área próxima à "praia" natural de Sertãozinho, no parque ecológico.

UNIDADES AMPLIADAS

Além de novos empreendimentos, grupos propõem reforma dos atuais shoppings da região. Em São Carlos, começaram em julho as obras de expansão do Iguatemi.

Com previsão de R$ 47 milhões, o projeto prevê aumentar de 25 para 98 lojas.

Há 20 anos em Franca, o grupo Sonae Sierra Brasil anunciou a compra de um terreno lateral para a expansão do Franca Shopping.

Das atuais 106 lojas, o complexo passará a contar com 174. Cidades médias já atraem o olhar do grupo. "Nosso foco tem sido cidades acima de 500 mil habitantes, mas já estudamos outras com população de 300 mil", afirmou Waldir Chao, diretor de operações do grupo.

Com público acostumado há 30 anos com shopping, Ribeirão, com mais de 600 mil habitantes, só vê o mercado de varejo crescer. A cidade, hoje com três centros de compras, deve receber mais dois novos empreendimentos.


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