Folha de S. Paulo


Em crise, Araraquara (SP) reduz em 30% o secretariado municipal

A crise financeira em Araraquara (273 km de São Paulo) levou o prefeito Marcelo Barbieri (PMDB) a anunciar cortes e substituições de 30% dos cargos de seu secretariado e 25% dos postos de segundo escalão.

O anúncio oficial será feito nesta terça-feira (30), mas segundo o prefeito, os cortes reduzirão em R$ 2,8 milhões os gastos anuais com a folha de pagamento. O orçamento de Araraquara previsto para 2013 é de R$ 555 milhões. O município tem hoje 20 secretarias e duas subprefeituras.

Para diminuir custos, Barbieri disse que também reduzirá gastos com telefonia, locação de imóveis, horas extras, energia elétrica e fará a incorporação de algumas secretarias, para não prejudicar áreas essenciais como saúde e educação. Ele não informou metas sobre as ações.

Vereadores da oposição afirmaram ser favoráveis à eliminação de cargos comissionados, mas dizem que não é suficiente para resolver o problema financeiro enfrentado pelo município.

"Essa é uma crise anunciada há muito tempo. Os gastos da prefeitura estão extrapolando o capital orçamentário", disse o oposicionista Donizete Simioni (PT).

Segundo o governista Adilson Vital (PV), em reunião interna, chegou-se a cogitar a redução de 65 cargos. "Mas parece que caiu para 40." Segundo ele, os cortes afetam a população, que depende de serviços prestados pelo poder público municipal.

Além da redução de cargos comissionados, na semana passada, o governo Barbieri anunciou o corte de uma verba de R$ 400 mil destinada mensalmente à Santa Casa. Em troca, assumiu um empréstimo de R$ 5 milhões do hospital --que equivale a 40 parcelas de R$ 160 mil, segundo a assessoria de imprensa da prefeitura.

A vereadora Gabriela Palombo (PT) disse que as reduções eram necessárias.

OUTRO LADO

A Prefeitura de Araraquara informou, por meio de assessoria, que o corte no repasse de R$ 400 mil mensais para a Santa Casa foi necessário para atender o crescimento na rede de urgência e emergência.

Segundo a assessoria, foram construídas duas UPAS (Unidades de Pronto Atendimentos) e duas salas de atendimento para estabilização do paciente. A assessoria informou ainda que aguarda verba do governo federal para complementar os repasses à Santa Casa e que os atrasados de maio e junho serão pagos no contrato.


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