Folha de S. Paulo


Manifestações levam 25 mil às ruas em Ribeirão Preto (SP)

Pelo menos 25 mil pessoas foram às ruas nesta quinta-feira (20) em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) para protestar pela redução da tarifa do ônibus, melhor qualidade do transporte público e contra a corrupção na manifestação popular que é a maior da cidade nos dez últimos anos.

Já perto do fim das manifestações, um grupo foi atropelado por um motorista que tentou furar o bloqueio na avenida João Fiúsa. Uma pessoa morreu.

Antes, em meio à multidão, crianças, jovens, adultos e idosos saíram da esplanada do Theatro Pedro 2º para pedir mais segurança e melhorias nas redes públicas de saúde e educação do município.

O grupo fez uma passeata do teatro, na região central de Ribeirão, rumo ao entroncamento das avenidas Nove de Julho, Presidente Vargas e Independência.

Eles passaram pelo Palácio Rio Branco, sede da prefeitura, que foi cercado de câmeras para evitar atos de vandalismo.

Cartazes e faixas também questionaram a aprovação da PEC 37 --proposta que impede o Ministério Público de investigar--, os gastos classificados como "exorbitantes" com a Copa do Mundo e o valor do salário mínimo.

Além de Ribeirão, manifestantes de São Carlos e Franca também foram para as ruas reivindicar nesta quinta.

A prefeita Dárcy Vera (PSD) também foi alvo dos protestos. Manifestantes gritaram ao longo da passeata "Fora, Dárcy", "Não precisamos de você" e "O povo acordou".

Um boneco com a figura representativa da prefeita foi levado por todas as ruas durante a manifestação.

Lojas localizadas na área central fecharam as portas mais cedo devido ao protesto. Até a tradicional choperia Pinguim, que se localiza em frente à esplanada, deixou de funcionar por volta das 16h. As lojas que vendem eletroeletrônicos e joias foram as primeiras a fechar.

TRÂNSITO

O trânsito também sofreu interferência. Agentes de trânsito tentaram controlar os pontos congestionados, que se formaram no centro.

A professora aposentada Carmen Hissayassu, 53, passava pelo cruzamento das ruas Lafaiete e Cerqueira César. Apesar de ter ficado presa no local, ela apoiou o movimento. "Eles estão certos e no direito deles. Têm mais é que protestar mesmo", disse ela, olhando para a multidão.

De acordo com o tenente-coronel Renato Armando Alves, 137 homens da Polícia Militar foram escalados para acompanhar o ato.


Endereço da página:

Links no texto: