Folha de S. Paulo


Bilhete único mensal e integração também terão reajustes em SP

Suamy Beydoun - 31.mai.2017/AGIF/Folhapress
Doria usa ônibus no centro de SP, em evento da prefeitura; passagem vai a R$ 4 em janeiro
Doria usa ônibus no centro de SP, em evento da prefeitura; passagem vai a R$ 4 em janeiro de 2018

A gestão João Doria e o governo Geraldo Alckmin, ambos do PSDB, anunciaram nesta quinta-feira (28) reajustes nas modalidades temporais do Bilhete Único e na integração entre ônibus, metrô e trens. A partir do dia 7 de janeiro, o Bilhete Único Mensal comum passará de R$ 190 para R$ 194,30, e a tarifa integrada subirá de R$ 6,80 para R$ 6,96.

As administrações municipal e estadual já haviam anunciado na noite desta quarta (27) o aumento na tarifa comum de R$ 3,80 para R$ 4, abaixo da inflação. O reajuste definido, de 5,3%, fica abaixo da inflação acumulada desde a data do último aumento, em janeiro de 2016: 8,9% do IPCA (IBGE) e 8,4% do IPC-SP (Fipe).

Nesta quinta, em nota, as gestões divulgaram nota afirmando que o "reajuste na tarifa dos transportes é necessário para adequar a receita ao custo dos sistemas". "Durante o ano de 2017 a tarifa básica se manteve inalterada, graças a um esforço conjunto da prefeitura e do governo do Estado, para não impactar no orçamento dos cidadãos que dependem do transporte público", diz o informe.

O Bilhete Mensal Integrado sairá de R$ 300 para R$ 307. Já o Bilhete Diário comum passará de R$ 15 para R$ 15,30, e o Diário integrado, de R$ 20 para R$ 20,50. A integração e as modalidades temporais já haviam sofrido aumento neste ano, em abril.

Os passageiros que carregarem seus bilhetes até as 23h59 de 6 de janeiro poderão utilizar o valor da tarifa antiga até o crédito se esgotar (máximo de R$ 300 por dia e R$ 350 acumulados no cartão).

NOVAS TARIFAS - Passagens de ônibus, metrô e CPTM serão reajustadas em 7 de janeiro

Tanto Alckmin quanto Doria são cotados para a disputa eleitoral no ano que vem. O governador deve disputar a Presidência da República pelo PSDB, e o prefeito é um dos nomes cogitados pelo partido ao governo paulista.

Após ser eleito, Doria prometeu congelar a tarifa de ônibus em 2017 –decisão que levou ao crescimento dos subsídios ao transporte para um patamar perto de R$ 3 bilhões. Essa quantia é repassada pelo poder público às empresas de ônibus para compensar a diferença entre os custos e a arrecadação do sistema.

EVOLUÇÃO DOS SUBSÍDIOSRepasses da prefeitura a empresas de ônibus vêm crescendo (em R$ bilhões)

A preocupação de políticos com a impopularidade de reajustes da tarifa de transporte aumentou depois de 2013, quando uma série de protestos pelo país levou governos a recuarem do aumento. O MPL (Movimento Passe Livre), que encabeçou os protestos de 2013, anunciou um ato contra o aumento da tarifa para o dia 11 de janeiro.

Não haverá entrevista coletiva nesta quinta para dar mais detalhes sobre os aumentos para 2018.

O prefeito está de licença, viajando com a família. Como o vice-prefeito Bruno Covas (PSDB) também está afastado, o responsável pela cidade atualmente é o presidente da Câmara, Milton Leite (DEM), como prefeito interino.

Os passageiros que carregarem seus bilhetes até as 23h59 do dia 6 de janeiro poderão viajar com o valor da tarifa antiga, até o crédito se esgotar –seguindo o valor máximo de R$ 300 por dia e de R$ 350 acumulados no cartão.

HISTÓRICO DAS TARIFAS

Desde o ano de 2000, a cidade de São Paulo passou por sete reajustes nas tarifas de ônibus –dois deles no mesmo nível da inflação acumulada desde o aumento anterior, três abaixo e dois acima.

A conta não inclui o ajuste anunciado por Haddad em junho de 2013, de R$ 3 para R$ 3,20, porque ele foi revertido após os intensos protestos.

É comum que governo do Estado e prefeitura congelem o preço das passagens em anos eleitorais. No período mencionado, seis dos nove anos com eleições municipais ou estaduais não tiveram alta nas tarifas.

EVOLUÇÃO DAS TARIFAS DE ÔNIBUSEm R$

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