Folha de S. Paulo


Empresário suspeito de matar o irmão em festa se entrega à polícia em SP

Rubens Cavallari/Folhapress
Fachada da concessionária A.M.Marcelo, na Casa Verde (zona norte) onde ocorreu o crime
Fachada da concessionária A.M.Marcelo, na Casa Verde (zona norte) onde ocorreu o crime

O empresário Matteo Petriccione Júnior, 35, suspeito de matar com três tiros seu irmão dentro da concessionária de luxo da família, se entregou na noite desta terça (26) à polícia. O crime aconteceu no sábado (23) durante uma confraternização da loja, na Casa Verde, zona norte de São Paulo.

Segundo a polícia, o empresário chegou na delegacia por volta das 18h acompanhado de seus advogados. A prisão temporária de cinco dias dele foi decretada pela Justiça e pode ser prorrogada.

O delegado titular da 13º DP (Casa Verde), Marcio Martins Mathias, disse que o empresário alega não se lembrar de todo ocorrido, em razão da quantidade de álcool ingerida, mas confirmou a autoria do assassinato do irmão, Marcelo Petriccione, 49. "Ele disse que só se recorda do irmão em cima dele gritando que ele [Matteo] iria virar homem. O irmão estava muito irritado com ele, por ter bebido muito e se ausentado do evento."

O evento era uma festa de confraternização entre família e funcionários de uma agência de veículos, comemoravam ter sido um bom ano para todos.

Aos policiais, o assassino confesso disse lamentar o crime. "Ontem [terça, dia 26], no interrogatório, ele se disse totalmente arrependido. Ceifou a vida do irmão, e está muito muito arrependido disso. Foi um momento, agiu alcoolizado, talvez fora de si até, ambos estavam [alcoolizados], e ele acabou efetuando os disparos", disse o delegado.

Ainda de acordo com Mathias, testemunhas dizem que os dois irmãos se davam muito bem, sem histórico de outros desentendimentos. "Segundo consta, ele [Matteo] tinha feito aniversário há um mês, e esse irmão, o falecido, havia dado de presente para ele uma motocicleta nova", disse.

"O álcool foi o combustível para desencadear tudo isso. Se não existe essa arma naquele estabelecimento, o máximo que estaríamos apurando agora era uma lesão corporal grave, alguém estaria internado, machucado, algo nesse sentido. Nós não estaríamos apurando um homicídio agora. Infelizmente", disse.

Segundo a polícia, no dia do crime o suspeito sumiu da festa por cerca de 50 minutos e todos os convidados ficaram procurando por ele. Em um determinado momento, ele foi encontrado dormindo em sua sala.

Os irmãos discutiram e entraram em luta corporal. Uma tia do suspeito também foi agredida por ele.

Segundo a polícia, durante a confusão, o suspeito sacou a arma e acertou o irmão com disparos no tórax, perna e cabeça. Marcelo foi socorrido, mas morreu no hospital.

A arma utilizada, segundo os policiais, era um revólver calibre 38 registrado em nome do pai dos dois. O empresário pai dos dois, segundo a polícia, tem cerca de 70 anos e estava muito abalado.

"É triste. É legal quando você fala da prisão de um ladrão, mas um caso assim a gente fica sentido porque foi uma grande tragédia. Pessoas de bem, trabalhadores, e numa fração de segundos ocorre a desgraça. É até triste para nós, mas é um trabalho que precisa ser feito."

O suspeito foi encaminhado para a carceragem do 77º DP (Santa Cecília). A reportagem não localizou os advogados dele.

Reprodução
Matteo Petriccione Jr. (à esq.) acusado de matar o irmão, Marcelo Petriccione (à direita) com três tiros
Matteo Petriccione Jr. (à esq.) acusado de matar o irmão, Marcelo Petriccione (à direita) com três tiros

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