Folha de S. Paulo


Garibaldo Antonio José Maria Muoio (1927-2017)

Mortes: Bicampeão brasileiro de ciclismo e executivo da Philips

Garibaldo tinha 75 anos quando começou a pedalar no "rolo" –nome dado à engenhoca que improvisou para manter-se na ativa depois de aposentar as corridas no parque Ibirapuera.

Apoiava a bicicleta sobre três rolos de ferro (dois sob a roda traseira, um sob a dianteira) e tamanha era sua disposição durante os exercícios que a mulher, Yolanda, não podia ficar por perto.

"Ela morria de medo, achava que ele ia sair voando", conta o filho José Carlos.

Bicampeão brasileiro e tetra paranaense de ciclismo na década de 1950, Garibaldo teve uma relação profissional com as duas rodas antes de se tornar esportista amador: era sobre elas que fazia as entregas da alfaiataria do pai pelas ruas do centro de São Paulo.

Mudou-se para Curitiba para estudar engenharia e lá se tornou atleta. Após a formatura, no entanto, a bicicleta teve que ser relegada a hobby. Executivo da rede de departamentos Lojas Hermes Macedo, recebeu a incumbência de instalar a marca em sua cidade natal.

Chamou a atenção da Philips, multinacional holandesa de eletrodomésticos. Tornou-se o primeiro nativo a chefiar a empresa no país e, após 30 anos de serviços prestados, foi condecorado pela casa real com a ordem de Orange-Nassau.

Fascinado por carros, tinha uma garagem com dez vagas. Seu orgulho era um Cadillac preto que havia servido ao então príncipe Akihito, do Japão, durante uma visita ao Brasil.

Nos últimos tempos, rendeu-se à ergométrica.

Morreu em 25 de novembro, aos 90, após um enfisema. Deixa dois filhos e três netos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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