Folha de S. Paulo


Em crise, Rio vai receber R$ 2 milhões do BNDES para festa de Réveillon

Marcelo de Jesus - 31.dez.15/UOL
Queima de fogos de Copacabana, no Rio de Janeiro
Queima de fogos de Copacabana, no Rio de Janeiro

O BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) vai conceder patrocínio de R$ 2 milhões para o Réveillon do Rio neste ano.

A concessão do patrocínio, decidida em reunião na última segunda-feira (18), a pouco mais de uma semana da festa, foi confirmada pelo banco e o valor, pela Riotur (Empresa de Turismo do Rio de Janeiro).

Com problemas de caixa, a prefeitura buscou alternativas para reduzir seus gastos com a festa. Em ano de crise financeira, num primeiro momento, o chamamento público não obteve nenhuma proposta de empresas.

A SRCOM, empresa que realiza o evento há dez anos e que vai receber o valor do BNDES, continua buscando patrocínio de outras empresas, como Uber e Ambev. Segundo a Riotur, há outros patrocinadores confirmados, além do BNDES, que serão anunciados nos próximos dias.

O patrocínio será dado por meio da Lei Rouanet, mecanismo criado em 1991 para incentivar projetos culturais.

Para manter os turistas na cidade por mais tempo, a prefeitura montou programação mais extensa, que vai do dia 29 de dezembro ao dia 6 de janeiro. O custo total disso será de cerca de R$ 25 milhões.

A SRCOM comprou o caderno de encargos do palco de Copacabana, o que, segundo a Riotur, a obriga a bancar os custos mínimos da festa, em torno de R$ 8 milhões.

A própria prefeitura deve colocar mais R$ 8 milhões em palcos que, segundo a empresa, não têm potencial comercial. As principais atrações musicais em Copacabana serão Anitta, Frejat, Cidade Negra e as escolas de samba Portela e Mocidade. A queima de fogos vai durar 17 minutos, cinco a mais do que no ano passado.

A participação de Naldo Benny foi cancelada depois de o cantor ter sido preso por posse ilegal de arma e acusado de agredir sua mulher.

De acordo com estimativas da Riotur, a cidade deve receber 2,7 milhões de pessoas no período. A ocupação de hotéis, até esta segunda, estava em 83%, segundo a ABIH-RJ (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis - seção RJ).

CRISE

Não é a primeira vez que o Réveillon do Rio sofre para obter patrocínios. No ano passado, a prefeitura do Rio só conseguiu dois parceiros em novembro, o que atrasou a divulgação dos artistas que se apresentariam. O tempo do show de fogos de artifício caiu de 16 para 12 minutos.

No ano passado, a Associação de Oficiais Militares Ativos e Inativos da PM e do Corpo de Bombeiros (Aomai) chegou a pedir que a Prefeitura cancelasse o Réveillon em Copacabana por conta da "grave crise política e financeira que atravessa o Estado".

O modelo de captação de patrocínios para o Réveillon é o mesmo que a Prefeitura do Rio pretende utilizar para viabilizar o Carnaval de rua e do Sambódromo.


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