Folha de S. Paulo


Karina Ferreira da Cruz Paré (1987-2017)

Mortes: Lutou pelo fim do preconceito contra o HIV

Karina Paré fez de sua luta diária contra a Aids uma vida de militância e ajuda ao próximo. De infância pobre, nasceu em Santo André (Grande SP), ficou órfã aos sete e foi criada pela avó. A saúde sempre foi frágil –além de ser soropositiva, também enfrentava o lúpus.

Apesar das dificuldades, a menina tímida e franzina seguia sorrindo. Desde a adolescência, trabalhou em ONGs e projetos sociais, onde ajudava pessoas a lidar com a doença e os preconceitos derivados dela. Queria sempre cuidar das pessoas, dando apoio espiritual e psicológico.

Por onde passava, fazia amizades. Gostava de uma boa prosa e tinha vocação para conselheira –em poucas horas as pessoas se abriam.

Costumava contar histórias sobre o pouco tempo que conviveu com o pai.

Aos 21, casou-se. Conheceu o marido, Ademir, enquanto trabalhava em seus projetos. "Sempre fazia as coisas com muito capricho. Era minha amiga e protetora, que dava apoio em meus projetos", lembra Ademir.

Nas férias, gostava de viajar Brasil afora –conheceu Rio de Janeiro, Salvador, Florianópolis, Belo Horizonte, Curitiba, além de fazer duas viagens ao exterior, para Ucrânia e México. Também gostava de música gospel, cinema e de passear com os três cachorros.

Tinha como sonho cursar fisioterapia e comprar uma casa. Não deu tempo. Teve que ser internada no início do mês e morreu oito dias depois, no dia 12, aos 30, após complicações de uma pneumonia. Deixa o marido, com quem era casada havia nove anos, a irmã e a avó.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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