Um feirante morreu nesta quarta-feira (8) após ser agredido enquanto defendia a irmã, transexual, no Jardim São Luís, zona sul de São Paulo.
Conforme o relato da irmã que consta no boletim de ocorrência, ela estava na rua Geraldo Fraga de Oliveira mexendo em seu celular quando um homem chegou e ameaçou jogar a bicicleta em cima dela. O irmão, Petherson Roberto dos Santos Vicente, 24, tentou defendê-la e teve início uma discussão com o agressor.
Durante a discussão, Petherson deu um soco no homem e os dois começaram a brigar. Ainda segundo o relato do BO, o feirante bateu a cabeça quando os dois caíram no chão e o assassino seguiu dando socos em sua cabeça, fugindo de bicicleta na sequência.
Foi chamada ambulância, mas Pheterson morreu no local. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado, o autor do crime, que não teve a identidade revelada, foi identificado e contra ele foi expedido um pedido de prisão temporária que será analisado pela Justiça.
TRANSFOBIA
Apesar da vítima não ter sido a transexual, o ataque a ela é um exemplo da intolerância no Brasil. O país ocupa o primeiro lugar em homícidios de LGBTs na América. Só de transgêneros, foram 53 assassinatos registrados no primeiro quadrimestre de 2017, um crescimento de 18% em relação ao mesmo período de 2016.
"Lembro muito bem quando a vi jogada no chão, com o cérebro para fora. Isso é muito comum na rua. Tenho cicatrizes por todo o corpo das facadas e das pauladas que levei. O medo de morrer me tirou da prostituição", disse em maio a transgênero Rubi de La Fuentes à Folha, sobre uma amiga travesti.