Folha de S. Paulo


Servidores do Ibama no PA são presos sob suspeita de acobertar desmates

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (31), uma operação para coibir crimes ambientais acobertados por servidores do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) no Pará.

Foram expedidos pela Justiça 15 mandados judiciais contra servidores e madeireiros, sendo quatro de prisão, cinco de busca e apreensão e seis de condução coercitiva, quando o investigado é obrigado a se apresentar à polícia para prestar depoimento.

Os 60 agentes da PF também buscam cumprir na operação "Concisor" ordens judiciais de afastamento de servidores do Ibama flagrados nos ilícitos. As investigações da PF apontaram que os funcionários da autarquia ambiental repassavam informações estratégicas para madeireiras e outras pessoas que estavam sendo fiscalizadas no Estado.

Em troca, os servidores exigiam vantagens indevidas ou até o pagamento de remessas em dinheiro, segundo a PF.

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Garimpeiros bloqueiam PA-279 em protesto contra operação do Ibama, em Ourilândia do Norte, no sul do Pará. Foto: Divulgacao ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
Garimpeiros bloqueiam PA-279 em protesto contra o Ibama, em Ourilândia do Norte, no sul do Pará

Os mandados estão sendo cumpridos nas cidades paraenses de Marabá, Parauapebas, Breu Branco, Canaã dos Carajás e Eldorado dos Carajás.

Os suspeitos vão responder na Justiça pelos crimes de corrupção passiva, ativa e concussão (quando o agente público comete crime de extorsão). Se condenados, o grupo investigado pegar pena de prisão de até oito anos de reclusão, além de multa.

Concisor, palavra que batizou a operação no Pará, significa cortar o mal, exterminar e derrubar o crime.

PROTESTOS

O Ibama tem sido alvo de protestos e ataques criminosos no Pará e no Amazonas em razão de operações realizadas pelo órgão para desarticular a atuação ilegal de madeireiros e garimpeiros na Amazônia, especialmente em terras indígenas.

Ao longo da última semana, prédios e equipamentos do órgão foram queimados e garimpeiros bloquearam rodovias. Todos os casos de depredação de patrimônio público estão sendo investigados.


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