Folha de S. Paulo


Tainah Louize de Paula Ferreira (1991-2017)

Mortes: Com brilho intenso, queria curar o mundo

Reprodução/Facebook
Tainah Louize de Paula Ferreira (1991-2017)
Tainah Louize de Paula Ferreira (1991-2017)

"Estrela da manhã" é uma das interpretações aceitas para o nome Tainah, de origem tupi. Foi por essa interpretação que a mãe, Delcimara, escolheu nomear a terceira dos cinco filhos –talvez pressentindo que, como as estrelas, a filha teria luz própria.

Não que isso fosse escancarado. Quando pequena, Tainah era a mais introvertida dentre os irmãos, calada.

Em uma família de vocação artesã, ela cresceu expressando diversos talentos com as mãos: desenhava –herdou os finos traços do pai, ilustrador publicitário–, cozinhava bolos e doces, tocava violoncelo com o irmão. Adorava dançar.

Era tão bonita que sua beleza transbordava em um sorriso que escapava pelos olhos. A maneira atenciosa com que tratava todos só fazia crescer o fascínio que exercia.

Tinha um lado espiritual que clamava por desenvolvimento, e esse desassossego fez com que procurasse se especializar para ter a base necessária para cumprir a missão que acreditava ter, a de proporcionar algum tipo de cura.

No entanto, seu desencanto com a forma como o mundo funciona a levou a abandonar o curso de ciências biológicas duas vezes.

De um ano para cá, o sentimento de impotência frente a toda sorte de injustiças só se agravou. Ainda assim, quem a encontrasse teria muita dificuldade para enxergar qualquer angústia por trás de figura tão encantadora.

No último dia 1º, a estrela da manhã decidiu ir brilhar em algum lugar além das montanhas. Tinha 25 anos. Deixa os pais, Delcimara e Antonio Carlos, os irmãos Sherida, Mayara, Aretha e Antonio Carlos, o sobrinho João Guilherme e o companheiro Luã.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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