Folha de S. Paulo


Fernanda Falbo Bandeira de Mello (1959-2017)

Mortes: Apaixonada preservadora da Mantiqueira

"Deixa que eu sei fazer", dizia Fernanda desde criança. Frases como essa denotavam o espírito autoconfiante que a imbuía. E não era da boca para fora –ela realmente levava a cabo aquilo que se propusesse a fazer.

Aprendia as coisas rápido, com pouca observação. A excelência no que fazia impressionava quem a conhecesse, do irmão caçula a Andrea Matarazzo (PSD), com quem trabalhou nas esferas pública e privada. "Exemplar", diz o político sobre ela, lembrando a capacidade da economista de criar e concretizar projetos. "Deixou marcas muito fortes na minha vida."

Ambientalista convicta, anteviu a crise de água pela qual a Grande São Paulo passou. "São Paulo vai colapsar por falta de água se a gente não cuidar dos mananciais", disse certa vez ao irmão, Sergio.

Ela, ao menos, cuidou. Comprou um terreno em Extrema (MG) e trabalhou com o replantio da mata original, para preservar as nascentes. O esmero foi tanto que até animais que tinham sumido daquelas terras, como onças, voltaram a circular por ali.

Fernanda tinha duas características que podem soar antagônicas: adorava uma polêmica e ao mesmo tempo era conciliadora, diz Sergio. Segundo ele, ela parecia apenas querer ter razão, mas no fundo era uma habilidade para chegar ao objetivo –e estava sempre bem estudada para uma boa argumentação.

Dona de um sorriso largo e de um forte desejo de viver, não se entregou ao câncer gástrico que a vitimou no último dia 18, aos 57. Deixa a companheira de três décadas, Sueli, a mãe Maria Francisca, o enteado Roberto, o irmão Sergio, uma sobrinha e o pássaro, Billy.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

-

Veja os anúncios de mortes
Veja os anúncios de missas


Endereço da página:

Links no texto: