Folha de S. Paulo


Cecilia Lottenberg (1923-2017)

Mortes: Tetéia, alegria e incentivo de toda a família

Arquivo Pessoal
Cecilia Lottenberg (1923-2017)
Cecilia Lottenberg (1923-2017)

Mais nova de quatro irmãos, Cecilia Lottenberg estava sempre rodeada de paparicos. Os amigos da família elogiavam a beleza e a arrumação da menina, que, ainda pequena, ganhou o apelido de Tetéia. O nome pegou e a acompanhou até o final, assim como a elegância.

Nascida no Rio, ela se mudou cedo para a capital paulista por causa da morte prematura do pai –parte da família já vivia em SP. Lembrava-se das dificuldades da época em que sua mãe deixava de pegar o bonde pra lhe comprar um doce. Mas havia alegria. O vestido de franjas que usava nos bailes com as irmãs era um assunto recorrente.

Tetéia estudou nutrição, mas não chegou a exercer. Decidiu se dedicar à família após o casamento com Marcos, em 1947. Apesar de ansiosa, demorou para ter os dois primeiros filhos –seu sonho. Não esperava que aos 40 anos seria surpreendida pela terceira.

Caseira, bordava, lia e adorava cozinhar, principalmente se fosse para a família. As sextas à noite eram sagradas, iam todos para sua casa, mesmo recentemente, quando decidiu mudar sua rotina, trabalhando fora pela primeira vez.

Aos 87, começou a ajudar no consultório odontológico da filha. Conversava, organizava e dava broncas em quem não atendia suas ligações.

Apesar dos "puxões de orelha" que distribuía, estava sempre sorridente e com uma palavra positiva na ponta da língua. "Respira e vai em frente", repetia aos filhos quando alguma coisa dava errado.

Morreu nesta terça (17), aos 94, devido ao rompimento da aorta. Viúva, deixa os filhos, Simão, Claudio e Eliana, além de uma irmã e sete netos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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