Folha de S. Paulo


Novos homens-placa circulam pela Paulista e violam Lei Cidade Limpa

Uma nova versão dos tradicionais homens-placa está de volta às ruas de São Paulo. Eles estão principalmente diante dos shoppings da Paulista e circulando por ruas como a Barão de Itapetininga e a 25 de Março, na região central.

Agora, os homens-placa levam o letreiro em uma pequena mochila, da qual sai uma haste que traz na ponta a peça publicitária, em um disco. O conjunto pesa cerca de um quilo e meio, segundo os profissionais. "Não pesa nada, dá para ficar o dia inteiro, não incomoda", diz Caíque Dantas, 25, que distribui panfletos para uma loja de roupas.

A remuneração varia conforme local e tempo de atuação do profissional, e vai de R$ 35 a R$ 70. A jornada de trabalho varia de cinco a nove horas e inclui também a distribuição de folhetos.

"É bom, é divertido, e eu prefiro ficar ao ar livre do que estar dentro da loja arrumando estoque", diz Nildo Amaro, 34, que fica na frente do número 486 da avenida Paulista distribuindo panfletos de uma loja de cosméticos.

Segundo ele, a simpatia é fundamental para que as pessoas aceitem os folhetos. "Ninguém pega nada de alguém com a cara amarrada", diz.

CIDADE LIMPA

Apesar de popular na região, essa forma de publicidade é proibida pela Prefeitura de São Paulo desde fevereiro de 2012.

Para a arquiteta e urbanista Regina Monteiro, criadora da Lei Cidade Limpa, a nova versão dos homens-placa está fora das regras. "Na minha interpretação, eles são irregulares, ainda mais por distribuírem panfletos", diz Regina.

"De tempos em tempos o pessoal inventa novas maneiras para burlar a lei. Essas placas não são vestuário normal. São peças publicitárias", afirma.

A prefeitura, sob a gestão João Doria (PSDB), disse, em nota, que as fiscalizações são "contínuas, frequentes e sistemáticas" e que fará blitze nas regiões apontadas pela reportagem. De janeiro a agosto deste ano, foram feitas 520 autuações por infrações da Lei Cidade Limpa na cidade.


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