Folha de S. Paulo


Jayme Jemil Asfora (1932-2017)

Mortes: Dedicado professor até os 70 e médico até os 83

Numa família de seis irmãos, Jayme Jemil Asfora foi o único que não seguiu os passos do pai como comerciante. Longe de ser uma ovelha negra, ele sabia desde cedo que seria médico –influência do tio pneumologista.

Filho de pai palestino, ele nasceu em Recife em data discutível. Embora seus documentos mostrassem junho de 1932, ele sempre explicava que tinha nascido mesmo em janeiro de 1931. Como era comum na época, o registro é que ocorreu um ano depois.

Bom aluno desde pequeno, Jayme acabou adiando a entrada na faculdade por conta de um acidente no Exército. A família o levou para Nova York para evitar a amputação de uma das pernas, mas não conseguiu se livrar da bengala.

Ingressou na Federal de Pernambuco nos anos 1950 e, se dependesse dele, não teria saído nunca mais. Formado em 1960, começou a dar aulas dois anos depois e continuou até a saída compulsória, quando já estava com 70.

"Ele ficou deprimido mesmo, adorava dar aulas, acho que mais do que clinicar", lembra o filho Jayme Filho.

Mesmo longe da universidade, Jayme, que tinha a hematologia como especialidade, continuou atendendo em seu consultório por mais 13 anos, parando apenas aos 83.

Ele aproveitava as horas livres para caminhar e ir ao cinema, sempre com a mulher, Helena, e para as brincadeiras com os netos. Passional, chorava fácil, mesmo com filmes e músicas –"coisa de árabe", brinca o filho.

Diagnosticado com Alzheimer, morreu dia 9, devido a uma infecção, aos 85 anos (pelo registro). Deixa a mulher, três filhos e sete netos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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