Folha de S. Paulo


Sarita Baracat de Arruda (1930-2017)

Mortes: A determinada 1ª prefeita de Várzea Grande

Com o céu ainda escuro e o galo cantando, Sarita Baracat saia de casa para estudar. No início dos anos 1940, a pequena Várzea Grande esperava pela emancipação de Cuiabá e as escolas do distrito não iam além do antigo primário.

A garota então saia de madrugada, a pé, para chegar às 7h30 na escola mais próxima. A distância exata, não recordava, mas contava que tinha sempre a companhia dos irmãos -meninas não poderiam fazer o percurso sozinha.

Descendente de sírios, essa autodeclarada várzea-grandense sempre buscava o que queria. O que começou com longas caminhadas para a escola, se repetiu no magistério, na política e até no futebol.

Sem apego ou jeito para os afazeres domésticos, Sarita sempre buscou uma carreira. Tornou-se professora, função que logo acabou conciliando com sua militância política.

Começou filiada à UDN e foi eleita vereadora em 1957 e prefeita dez anos depois. Segundo a historiadora Neila Barreto, que escreve um livro sobre Sarita, ela foi a primeira prefeitura mulher da cidade e a segunda de MT.

"Ela entendia que a vocação do município era a industrialização. Queria que deixasse de ser uma cidade dormitório", diz o filho Fernando.

Alegre, Sarita era festeira e apaixonada por esportes. Tanto que ajudou o irmão na fundação do Clube Esportivo Operário Várzea-grandense, sendo primeira-secretária do clube por 15 anos. "Não lava nem a roupa dela e agora fica lavando calção e meião de futebol", brincava sua mãe.

Morreu na última segunda-feira (9), após um infarto, aos 86 anos. Deixa dois filhos, cinco netos e uma bisneta.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

-

Veja os anúncios de mortes
Veja os anúncios de missas


Endereço da página:

Links no texto: